Ginni Rometty assumirá em janeiro as rédeas da gigante da tecnologia, se consagrando uma das mulheres mais poderosas no mundo corporativo.

Ginni Rometty prevê uma transição suave no poder da IBM. Foto: ImagineChina

“Trata-se de uma transição normal”, diz Ginni Rometty. De fato, sua promoção para ser executiva-chefe da IBM, anunciada em 25 de outubro, foi planejada e executada suavemente – duas coisas que não são praxe na indústria de tecnologia de hoje. A promoção foi insinuada há algum tempo, internamente e cada vez mais externamente, em particular durante a celebração do aniversário de cem anos da empresa.

Ainda assim, a transição é também excepcional. Em janeiro, quando Rometty assumirá as rédeas de Sam Palmisano, que permanecerá como presidente do conselho, ela vai se tornar uma das mulheres mais poderosas no mundo corporativo.

A IBM ostenta receita anual de mais de US$ 100 bilhões e capitalização de mercado excedendo US$ 210 bilhões – uma fração a mais do que sua velha rival, a Microsoft, e segunda maior atrás apenas da Apple entre as empresas de tecnologia. Em 18º no ranking da Fortune 500, a IBM é menor do que sua rival HP (que está em 11º), mas muito maior do que a próxima firma liderada por uma mulher, a “rankeada” em 39° lugar, Acher Daniels Midland, cuja executiva-chefe é Patricia Woertz. Indra Nooyi, sem dúvida a mais conhecida chefe feminina do mundo (por enquanto), lidera a Pepsico, que ficou em 43° no ranking.

Ainda assim, a transição será provavelmente suave, até porque “mudança no topo não significa uma mudança de estratégia”, insiste Rometty. Ela trabalhou diretamente com Palmisano para desenvolver o “mapa de caminhos para 2015” da firma, que atesta, entre outras coisas, que a IBM quer dobrar seus lucros por ação até 2015 e aumentar de 21% para 30% a fatia de suas receitas oriundas de mercados em crescimento como a China.

Rometty também teve um papel fundamental em dois movimentos que fizeram essa estratégia de crescimento ambiciosa parecer possível: a aquisição do braço de consultoria da PricewaterhouseCoopers, que ela ajudou a integrar, e o desenvolvimento dos centros de entregas da IBM para seus serviços de TI na China e na Índia. A estratégia de crescimento da IBM, Rometty aponta, está em suas fases preliminares, de modo que não há necessidade de mudança – ao menos por enquanto.

Tradução: Opinião e Notícia.

* Publicado originalmente pelo The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.