A Pele que Habito: até que ponto a ciência pode mudar a identidade
Até que ponto você iria para conseguir chegar ao corpo perfeito? Muita gente gostaria de ter o rosto da Cléo Pires, outras o corpo da modelo Alessandra Ambrosio. Com a evolução da medicina, será que isto pode ser conquistado? As cirurgias plásticas podem modificar o rosto e corpo.
Até que ponto você iria para conseguir chegar ao corpo perfeito? Muita gente gostaria de ter o rosto da Cléo Pires, outras o corpo da modelo Alessandra Ambrosio. Com a evolução da medicina, será que isto pode ser conquistado?
As cirurgias plásticas podem modificar o rosto e corpo. Homens que desejam adquirir um corpo feminino, mulheres que gostariam de ter nascido com o genital oposto. Todas essas pessoas vivem uma grande expectativa, pois carregam dentro de si o desejo de transformação.
A primeira cirurgia de mudança de sexo aconteceu em 1975 e acarretou para o cirurgião plástico, Roberto Farina, a prisão sob acusação de lesão corporal grave. Depois disso, quem quisesse fazer esse tipo de operação tinha que ser de forma clandestina.
“A ciência só pode alterar a identidade de alguém quando isso for solicitado pelo interessado. Hoje a prática passou a valer oficialmente de 2008 para cá, virando uma questão de saúde pública reconhecida pelo Ministério da Saúde”, comenta a cirurgiã plástica Ana Paula Polato.
De fato a evolução cirúrgica foi além do permitido no que diz respeito ao filme A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar.
O longa produzido pelo cineasta “louco”, que sabia bem o que estava fazendo, fala sobre o drama de um rapaz que sofre nas mãos de um cirurgião plástico, maluco, de raízes brasileiras, interpretado pelo ator Antonio Bandeiras. É uma história marcante. Envolve a ciência no seu mais alto grau de contrassenso. O filme entra na categoria ficção científica e mostra a obsessão do cirurgião Roberto Ledgard pela ciência que, para ele, poderia ter salvado sua mulher. Dentro da trama, Roberto faz coisas absurdas para tentar obter sua amada de volta, passando até por cima do código de ética da medicina.
Desenhar o corpo e deixá-lo a seu gosto é o trabalho apresentado pelas clínicas especializadas. Com a tecnologia e aperfeiçoamento das técnicas médicas, a pessoa pode atingir um nível muito avançado dentro das características desejáveis. Realizar aquele sonho de criança em ter um rosto ao estilo super-homem é possível, desde que se tenha uma base adequada para isso.
O paciente que procura grandes modificações deve entender que existem limites na técnica cirúrgica e limites nos resultados, principalmente em virtude do ponto de partida, ou seja, suas próprias características.
Dificilmente, porém, a cirurgia plástica ou associação de cirurgias conseguirá modificar o biótipo do indivíduo, pois esse se baseia, principalmente, em características ósseas.
Mesmo que sejam possíveis, grandes mudanças em várias regiões não serão possíveis em um único procedimento.
Conheça algumas cirurgias que são capazes de fazer essas modificações.
– Blefaroplastia: corrige os aspectos das pálpebras, deixando-as sem os excessos de pele, gordura e flacidez muscular.
– Rinoplastia: é a plástica feita no nariz, seja para redução, pessoas que possuem asas laterais abertas, osso saliente e grosso ou modificação, para arrebitar a ponta e deixá-lo proporcional ao rosto.
– Otoplastia: corrige as orelhas. É mais solicitada na correção de orelhas de abano. A cirurgia dura cerca de uma hora somente.
– Ritidoplastia / Lifting Facial: atenua a flacidez da face. Utilizada para ajustar as alterações causadas pela idade, reduz a aparência das linhas e rugas.
– Implantes de prótese de silicone: o preenchimento pode ser nas mamas, glúteo, queixo e panturrilhas. São colocadas de acordo com a necessidade e solicitação de cada um. Existem ainda implantes para região malar (bochecha) e nariz, pouco utilizados em nosso meio.
– Ginecomastia: reduz o volume mamário dos homens.
* Ana Paula Polato é cirurgiã plástica.




