A necessidade de promover a humanização da saúde surgiu no momento em que o ser humano passou a ser considerado mera estatística de uma fila interminável, uma parte, um número ou simplesmente uma doença.
Discutir sobre humanização nas relações entre os sujeitos que produzem saúde, ou seja, todos nós, ainda é tema banalizado por muitos gestores e corporações, que utilizam deste apelo para se autopromoverem, esquecendo-se do fator continuidade, mudança de cultura, economia na saúde e, por fim, o bem-estar de uma sociedade que está cansada de esperar na fila para conseguir um leito na UTI.
É lei multiplicar as boas práticas na saúde, acolher o paciente em sua totalidade, valorizar os profissionais, os gestores e líderes comunicativos.
Todo cidadão deveria ler o conteúdo dos dispositivos HUMANIZA-SUS, incluindo os que pagam plano de saúde e, principalmente, os profissionais de jornalismo, comunicação, marketing e relações públicas, que têm o poder de promover e fazer com que a política pública seja compreendida por todos os sujeitos envolvidos.
Com o fortalecimento da tecnologia e a globalização, o Século 21 posicionou-se como a era do conhecimento, da comunicação, da informação. E, coincidência ou não, percebemos que os maiores problemas da humanidade, e para ficarmos mais próximos de nós mesmos, da saúde brasileira, é a comunicação, ou melhor, a falta dela. Vamos traduzir “falta de comunicação” em uma equação simples: eu falo, você não me entende, as coisas não acontecem.
O futuro de nossos profissionais da saúde e da gestão da saúde em si depende, portanto, da educação. A pesquisa “Human values teaching programs in the clinical education of medical students“, promoveu a adoção da transversalidade no sistema de ensino clínico, favorecendo valores humanos, com a combinação de interações entre os membros do corpo docente e o apoio do reitor.
O segundo ponto é que esses estudantes acham que, para ser um bom líder na área da saúde é necessário, em primeiro lugar ser comunicativo, o que para nós, em última instância, significa saber falar e saber ouvir. De forma reduzida, o artigo Communication Strategies and Cultural Issues in the Delivery of Bad News diz que boa comunicação é fundamental para todos os profissionais de saúde, pois, se pacientes possuem desejos, opiniões e culturas diferentes, uma boa comunicação pode ajudar a evitar conflitos e auxiliar na compreensão desses desejos melhorando, assim, a qualidade e o cuidado com a vida. Saber viver é saber se comunicar.
Desta forma, a equação está resolvida!
E já que falamos que a Educação é o alicerce fundamental para que tenhamos liderança e comunicação, não posso deixar de citar e homenagear o professor Paulo Freire, que se estivesse vivo faria 90 anos, e nos ensinou, com sua Pedagogia da Libertação, que o oprimido não é só aquele que vive na miséria material ou na ignorância, mas aquele que é preso à banalidade e ao individualismo, a ponto de não reconhecer o outro distinto de si e, portanto, o oprime. Educação é a transformação da vida, onde o centro de referência é o educando, para que ele construa seus valores a partir das experiências de todo o gênero.
Somos interdependentes e é urgente a necessidade do entendimento da sustentabilidade na saúde, que enquadra, principalmente, o fomento à prevenção das doenças, à reciclagem e descarte responsável de materiais.
Desejo a todos muita Saúde.
* Valdir Cimino é presidente do Viva e Deixe Viver, diretor da CS.PRO – Comunicação Sustentável e educador da Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado (Facom/FAAP). Site: www.valdircimino.com.br. E-mail: [email protected].
** Publicado originalmente no site EcoD.