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A vergonha dos Estados que rejeitam refugiados

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 4/12/2015 – O experimento da União Europeia (UE) surgiu dos restos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em que os governos de França e Alemanha ocidental prometeram que seus povos jamais seriam testemunhas do terror que deixou milhões de pessoas mortas em três conflitos distintos: a guerra franco-prussiana e as duas guerras mundiais, afirmou o jornal The Gulf News, dos Emirados Árabes Unidos.

“Devido à sua história, e se esquecermos as lições aprendidas estaremos destinados a repetir os mesmos fracassos, não deixa de surpreende o fato de a UE estar dividida como nunca antes. Há os Estados com compaixão, os oito dispostos a abrir suas portas e receber os refugiados desolados e desesperados da Síria, os considerados, que estão dispostos a ajudar como podem, e os obstinados, especialmente Polônia, Hungria e Eslováquia, que adotaram uma linha dura contra os que mais necessitam”, prosseguiu o diário publicado em inglês.

Cabe perguntar quantos poloneses terão recebido refúgio quando Varsóvia estava sob o regime comunista de mão dura, quantos húngaros fugiram e buscaram asilo no Ocidente quando fracassou a revolução de 1956, e quantos eslovacos foram recebidos quando a Primavera de Praga fracassou. Desde que começou a atual crise, 900 mil refugiados se registraram junto às autoridades europeias.

Pertencer à União Europeia não é só uma questão de obter benefícios econômicos, “há um preço moral também. E isso implica ajudar os refugiados desolados e desesperados”, afirmou o The Gulf News. Envolverde/IPS