Segundo a agência internacional de notícias Reuters, o diretor do programa para o combate à aids da Organização das Nações Unidas (ONU), Michel Sidibé, alertou que milhões de pessoas que dependem de medicamentos genéricos para o tratamento da doença morrerão, se a Índia deixar de produzi-los em decorrência de um acordo comercial com a União Europeia.
A União Europeia (UE) e a Índia negociam atualmente um tratado de livre comércio que, segundo ativistas, vai restringir a capacidade indiana de produzir medicamentos antirretrovirais genéricos, a preços reduzidos.
“A Índia não deve ceder, porque qualquer acordo comercial que a impeça de produzir esses remédios será terrível para o resto do mundo”, disse Sidibé. De acordo com ele, 86% das pessoas em tratamento recebem medicamentos produzidos na Índia.
O acordo UE-Índia inclui medidas que podem retardar ou restringir a concorrência dos medicamentos genéricos, ao prorrogar patentes, exigir exclusividade de dados e endurecer os controles alfandegários.
Estas condições podem causar um aumento no custo dos tratamentos com antirretrovirais indianos, limitar as opções de dosagem e retardar o acesso a medicamentos mais novos e melhores, segundo um relatório divulgado pela ONU em setembro do ano passado.
Na opinião de Sidibé, o acordo comercial reverteria os avanços obtidos nos últimos anos para melhorar a vida de pacientes soropositivos em países pobres.
Com informações da Reuters.
* Publicado originalmente no site Agência Aids.