Agenda internacional de Dilma deve conciliar Rio+20 com viagens

A agenda internacional da presidente Dilma Rousseff em 2012 inclui eventos em todos os continentes. Uma das principais atenções do governo está voltada para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro no mês de junho.

Atualizado em 08/03/2012 às 16:03, por Ana Maria.

Dilma coordena a organização da Rio+20. Foto: Antonio Cruz/ABr

A agenda internacional da presidente Dilma Rousseff em 2012 inclui eventos em todos os continentes. Uma das principais atenções do governo está voltada para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro no mês de junho. Mais de cem presidentes e primeiros-ministros estarão presentes na cúpula, cuja expectativa é de que seja o maior encontro mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde.

Ao mesmo tempo que coordena a organização da Rio+20, a presidente pretende retribuir as visitas que recebeu em 2011. Um dos convites é para que Dilma viaje para os Estados Unidos. Em março do ano passado, o presidente norte-americano, Barack Obama, visitou o Brasil com a família e a convidou para encontrá-lo em 2012.

A presidente também pretende estar próxima de uma série de eventos internacionais. Uma das expectativas é que Dilma, acompanhada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, compareça no Fórum de Davos, na Suíça, de 25 a 29 de janeiro de 2012. Em discussão estarão os impactos da crise econômica internacional, assim como os desejos do Mercosul em ampliar o comércio com os europeus e os Estados Unidos.

Já de 16 a 18 de abril, Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, devem representar o país no Fórum Latino-Americano Econômico, na Cidade do México, quando mais uma vez os impactos da crise econômica internacional e as medidas adotadas na tentativa de contê-los deverão dominar os debates.

Dilma se programa ainda para participar da Cúpula América do Sul-África (ASA), de 15 a 16 de maio de 2012, em Malabo, na Guiné Equatorial. Durante reunião preparatória, em novembro, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou a intenção da presidente de participar do evento, considerado um marco político e econômico, porque integra duas regiões em desenvolvimento e que têm histórias comuns de colonização.

No café da manhã de confraternização com os jornalistas, no Palácio do Planalto, Dilma ressaltou sua decisão de dar atenção à África em 2012. “Eu, infelizmente, só pude ir à África Subsaariana e a Angola, Moçambique e África do Sul, mas acho importantíssimo também o Norte da África. No próximo ano [em 2012] eu vou dar uma dedicação especial a isso porque o Brasil tem de ter uma visão multipolar de política externa”, projetou a presidente.

Em junho, há a Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, na Argentina. Na ocasião, os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai) e José Pepe Mujica (Uruguai) deverão abordar as propostas para incrementar a parceria multilateral na região.

Já em agosto foi sugerido que a presidente participe da cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres, na Grã-Bretanha, pois Brasil será o próximo país a sediar o evento – as Olimpíadas de 2014 no Rio de Janeiro.

Proteção animal na Rio+20

Dez mil brasileiros aderiram à campanha de mobilização global da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, sigla em inglês) que irá pedir à ONU (Organização das Nações Unidas) a inclusão do tema bem-estar animal na agenda da Rio+20. O abaixo-assinado foi lançado em todo o mundo pela WSPA, em dezembro de 2011, na internet. A ação pretende conscientizar as pessoas sobre a relação entre o bem-estar dos animais, especialmente os usados em processos produtivos, e o desenvolvimento sustentável.

A mobilização faz parte da campanha internacional Pegada Animal, que a WSPA lançará no Brasil em março. A iniciativa se inspira no conceito da Pegada Ecológica, informou à Agência Brasil a gerente de comunicação da WSPA Brasil, Flavia Ribeiro. “Ela visa a informar e conscientizar as pessoas sobre como os hábitos alimentares da população influenciam a questão do desenvolvimento sustentável, da agropecuária sustentável.”

A campanha pretende esclarecer o consumidor final da origem do produto que ele consome. Por exemplo, se eles são oriundos de uma criação intensiva ou extensiva, se a carne, os ovos, o leite vêm de uma indústria que tem preocupação com o bem-estar animal, se são produtos orgânicos. “A intenção da campanha no mundo todo é o consumo consciente, para que o consumidor entenda qual é a origem e o que, de fato, ele está adquirindo e o que pode ser feito para promover o bem-estar animal, focado nos animais de produção”, explicou Flavia Ribeiro.

A ação on-line ainda continua e é a primeira iniciativa da campanha Pegada Animal. A carta com as assinaturas será encaminhada aos governantes e representantes da ONU em todos os países. “Não existe uma meta. Mas, a gente precisa de muito mais [assinaturas] para poder encaminhá-las à ONU”, observou a representante da WSPA Brasil.

Segundo informação do departamento de ciência e agropecuária humanitária da organização, existem atualmente mais de 63 bilhões de animais que fazem parte da cadeia de produção em todo o mundo. Daí a importância de serem adotadas boas práticas na sua criação, transporte e abate. “O universo que a gente está falando impacta na vida de bilhões de animais.”

* Publicado originalmente no EcoD.


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