Entre tantas e tão profundas más notícias da educação paulista nos últimos anos, uma delas é extremamente positiva: num projeto experimental aproveitaram os espaços vazios em 120 escolas regulares para preencher com turmas dos cursos técnicos. Economizou-se dinheiro (cerca de R$ 240 milhões) e, ao mesmo tempo, ampliou-se o número de matrículas para cursos técnicos. A ideia agora se amplia.
O governo de São Paulo está anunciando um aumento forte de vagas de cursos técnicos, combinando com o ensino regular. Mas o fato é que, nessa combinação, há uma série de soluções. O ensino médio passa a ser mais atraente ao jovem, especialmente de famílias mais pobres. Fica mais fácil conseguir um emprego, já que falta mão de obra qualificada. A economia tem chance de ser mais produtiva.
Vou observar para ver se vai dar certo ou se é mais um aqueles belos planos oficiais que, por incompetência de gestão, viram pó ou apenas uma sombra do que foi anunciado. Ou, claro, se é um projeto de marketing do governador Alckmin que, como sabemos, olha para o Palácio do Planalto. O PSDB tem uma política educacional, afinal, para cada secretário da educação, pecando pela falta de continuidade.
Não dá, porém, para negar que é um bom exemplo num bom momento: ensino técnico virou consenso nacional, a começar da presidente Dilma Rousseff.
* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.
** Veja também no Portal Aprendiz – “Novas medidas cautelares do Código de Processo Penal podem inspirar mudanças no ECA”.
*** Publicado originalmente no Portal Aprendiz.