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Apenas com bombardeios não se detém o Exército Islâmico

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 13/10/2014 – Vale recordar as lições tiradas da guerra do Kosovo no contexto dos combates no Iraque e na Síria, disse o jornal The National, dos Emirados Árabes Unidos.

Como as operações da coalizão, lideradas pelos Estados Unidos contra o Exército Islâmico (EI) em lugares como Kobani, dependem quase totalmente dos ataques aéreos, é impossível não fazer uma comparação com o bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Iugoslávia, desaparecida em 1999, diz o editorial do jornal.

Embora a Otan tenha conseguido seu propósito, também mostrou as limitações das incursões aéreas. “Nos dois casos, há reticência das coalizões internacionais em colocarem as botas no terreno”, recorda o jornal. “A diferença é que a Otan combatia o governo de um país moderno e industrializado, o que lhe permitia pressionar bombardeando infraestrutura, serviços, comunicações, fábricas e outros grandes objetivos. Mas a natureza guerrilheira do EI não é assim”, acrescenta.

Como uma análise sóbria dos acontecimentos ocorridos nos Bálcãs há 15 anos pode influir na campanha contra o EI? Um começo seria reconhecer os limites das incursões aéreas, que não costumam ser eficazes para destruir as capacidades militares das forças guerrilheiras no terreno. Envolverde/IPS