Aquecimento do Atlântico impacta 72% das espécies de peixes da Europa

Temperaturas mais altas favorecem a reprodução de espécies do Sul da Europa. Foto: rling

Benéfico para algumas espécies e prejudicial para outras, o aumento da temperatura no Oceano Atlântico foi alvo de pesquisas de estudiosos britânicos. As consequências das mudanças climáticas para a pesca comercial e a segurança alimentar estão no centro das discussões após a divulgação do trabalho, publicado no dia 16, no site da revista Current Biology.

Foi notado que espécies características do sul da região, acostumadas a temperaturas mais quentes, se adaptam melhor às mudanças em relação aos que vivem em águas mais frias, como o bacalhau, que teve uma queda de 50% da população nas últimas três décadas.

O fitoplâncton, camada de algas que compõe a alimentação de muitas espécies, o crescimento e a sobrevivência das larvas, além do tempo de maturação das ovas dos peixes sofrem diretamente a influência das mudanças climáticas na temperatura das águas. Ao menos 72% das espécies regionais sofreram alterações significativas, tanto para mais, quanto para menos. O estudo apontou que a cada quatro espécies, três apresentaram aumento populacional, enquanto as restantes estão migrando para áreas mais frias ou desaparecendo da costa.

O nordeste do Atlântico europeu é conhecido como o centro das mudanças climáticas em virtude das elevações da temperatura na região, que pode atingir uma marca quatro vezes mais alta que a média mundial.

Na revisão de 11 estudos publicados por cientistas europeus, os pesquisadores apontaram que essas alterações são apenas a “ponta do iceberg” em relação à modificação no ambiente marinho.

* Publicado originalmente no site EcoD.