Segundo as pesquisas, reflorestar os trópicos é três vezes mais eficaz do que fazê-lo em latitudes mais elevadas, ou em regiões temperadas.
Um estudo publicado na revista científica “Nature Geoscience” revela que, apesar de as florestas serem importantes sumidouros de carbono, os projetos de reflorestamento terão um impacto limitado no aquecimento global. O estudo, realizado por pesquisadores das universidades de Victoria e de St Francis Xavier, no Canadá, simulou modelos de reflorestamento no período entre 2011 e 2060.
A pesquisa concluiu que o reflorestamento não pode substituir a redução de emissões de gases de efeito estufa. O desmatamento, sobretudo nas selvas tropicais, é causador de 10% a 20% das emissões de gases-estufa do planeta.
Foram examinados os efeitos que a água, o solo e o ar sofreriam se a temperatura da superfície terrestre aumentasse 3° C em 2100, com relação aos níveis pré-industriais de 1850. Mesmo se todas as terras cultivadas do mundo fossem reflorestadas, isto só reduziria em 0,45°C o aquecimento mundial no período de 2081-2100, segundo os resultados.
Isto porque são necessárias várias décadas para que os bosques sejam capazes de captar o CO2. Um reflorestamento de 50% das terras cultivadas só limitaria a elevação da temperatura em 0,25º C. E como as terras cultivadas são essenciais para alimentar a população mundial, que será de nove bilhões de pessoas em 2050, estes resultados são irreais.
Segundo as pesquisas, reflorestar os trópicos é três vezes mais eficaz do que fazê-lo em latitudes mais elevadas, ou em regiões temperadas. Os bosques são mais escuros do que as terras cultivadas e, portanto, absorvem mais calor. Plantar em um solo coberto de neve ou de cereais de cor clara diminui o denominado “efeito albedo”, que é a quantidade de luz solar refletida do solo para o espaço.
* Com informações do jornal Folha de São Paulo.
** Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.