Artistas chineses destronam Picasso

Prestigiados por bilionários chineses, Qi Baishi e Zhang Dagian são os novos reis de venda nos leilões de arte, mesmo sendo pouco conhecidos fora da Ásia.

Atualizado em 02/03/2012 às 22:03, por Ana Maria.

"Cheiro de lotus depois da chuva" (1975), do chinês Zhang Daqian. Foto: AFP

Prestigiados por bilionários chineses, Qi Baishi e Zhang Dagian são os novos reis de venda nos leilões de arte, mesmo sendo pouco conhecidos fora da Ásia.

Já ouviu falar em Qi Baishi e Zhang Dagian? Se não, é melhor guardar estes nomes: os dois chineses, cujas obras dificilmente podem ser encontradas fora da Ásia, vão destronar Pablo Picasso como os artistas com maior valor de vendas acumuladas em 2011, segundo o ranking anual da empresa francesa Artprice, especialista em dados do mercado mundial da arte.

Como artistas com tão pouco prestígio mundial podem ter roubado o lugar que o pintor espanhol ocupou 13 vezes nos últimos 14 anos? Na verdade, a virada tem até certa lógica, já que a China se tornou, ano passado, o principal país no mercado da arte.

A supremacia chinesa, que tem mais de 40% das cifras dos negócios envolvendo obras de arte no mundo, se impõe graças à insistência dos novos bilionários locais em valorizar a arte de seus conterrâneos, assim como os Estados Unidos fizeram depois da Segunda Guerra. A China coloca hoje nada mais do que seis artistas entre os dez mais vendidos. Como explica o jornal francês Le Fígaro, apesar da globalização, o mercado da arte continua bastante localizado. “Das vendas nos leilões das obras de Zhang Daqian e de Qi Baishi, 99% foram feitas na Ásia. Ao contrário, 99% das de Andy Warhol e Pablo Picasso ocorreram no resto do mundo, incluindo Estados Unidos e Europa.

* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.


    Leia também: