As principais causas de mortes das últimas décadas
As pessoas estão vivendo mais do que jamais viveram, mas as causas de morte estão mudando e deixando os médicos sem respostas. O termo “terceiro mundo” não é muito usado hoje em dia.
As pessoas estão vivendo mais do que jamais viveram, mas as causas de morte estão mudando e deixando os médicos sem respostas.
O termo “terceiro mundo” não é muito usado hoje em dia. A maioria dos países em desenvolvimento, conforme eram denominados com algum eufemismo, de fato estão se desenvolvendo hoje em dia – e o estão fazendo rapidamente. De modo que não surpreende que seus padrões de doença também estejam mudando. As mortes causadas por doenças infecciosas estão em queda. As taxas de doenças não-transmissíveis – em geral crônicas e frequentemente resultado da obesidade – estão aumentando. Os burocratas da saúde global estão se esforçando para não ficar para trás.
Uma série de relatórios divulgada nesta semana no periódico Lancet, coordenados por Cristopher Murray da Universidade de Washington, descreve de modo eloquente o que está acontecendo. Dr. Murray e seus colegas observaram 291 tipos de doenças e ferimentos em praticamente todos os países do mundo. Eles usaram atestados de óbito, entrevistas, pesquisas, censos, e registros de hospitais e delegacias para calcular a expectativa de vida desde 1970 e contar o número de mortes por doenças de 1990 a 2010. Ainda mais importante, para os anos de 1990, 2005 e 2010, eles computaram o índice de anos de vida ajustado por deficiências, ou DALYs (na sigla em inglês), uma medida de anos perdidos para a saúde comprometida, deficiência ou morte prematura.
O resultado deve ajudar as autoridades médicas mundiais a direcionarem suas armas de modo mais eficiente. Hoje, na maior parte do mundo, os principais problemas são aqueles que não são contraídos a partir de pessoas ou mosquitos. A maior contribuição individual para os DALYs é dado por isquemias cardíacas (o tipo que envolve artérias coronarianas entupidas). Em 1990 isso estava em quarto lugar. Derrames ficaram em terceiro lugar (uma alta em relação à quinta colocação anterior); dores nas costas ficaram em sexto (costumavam estar em 11º); ferimentos ocasionados por acidentes de trânsito ficaram em décimo (anteriormente ficaram em 12º); a depressão ficou no 11° (costumava estar no 15º); e o diabetes ocupou a 14ª colocação (uma alta em relação ao 21° que costumava ocupar). Coletivamente, problemas cardíacos contribuíram em 12% dos DALY e cânceres quase 8%. Isso os teria colocado em primeiro e segundo lugar da lista caso Dr. Murray os tivesse agrupado em vez de listá-los separadamente.
* Com informações da The Economist.
** Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.




