As vantagens das usinas elétricas movidas a gás

Fáceis de contruir, mais limpas e com custo menor, usinas movidas a gás ganham espaço nos EUA. Foto: Reprodução/Internet.

O preço baixo do gás estimulará os fabricantes de turbinas gigantes

O rápido crescimento da produção de gás de xisto nos EUA com uso de tecnologia de fracionamento está se tornando um fracasso para algumas empresas de perfuração.  Em 3 de agosto, a BHP Billiton anunciou uma redução de valor da ordem de US$ 3 bilhões em alguns do seus campos de gás norte-americanos porque o enorme aumento da produção fez com que os preços desabassem. Três dias depois, a Chesapeake Energy revelou uma queda no lucro trimestral devido à baixa. No entanto, se o gás é barato e abundante, uma maior quantidade deste será usado para gerar eletricidade. Isto provavelmente beneficiará o punhado de empresas globais que produzem as imensas turbinas usadas nas usinas elétricas movidas a gás.

Mesmo antes de o gás ter se tornado tão abundante, as usinas movidas a gás tinham grandes vantagens. Elas são fácil e rapidamente construídas – seu custo talvez seja um terço do custo de usinas movidas a carvão e um quarto do custo de usinas nucleares. Usinas alimentadas a gás emitem muito menos dióxido de carbono por unidade de eletricidade do que usinas a carvão, que também emitem toda uma gama de poluentes quando queimados, como dióxido de enxofre e mercúrio.

Rígidas leis contra a poluição do ar aprovadas no ano passado nos EUA vão acelerar a desativação de usinas a carvão antigas. Analistas do Sanford C. Bernstein, um banco, estimam que 66 gigawatts de eletricidade gerada por carvão – cerca de 6,5% da capacidade total norte-americana – será desativada até 2015. O gás substituirá boa parte do carvão. Outros países com grandes reservas de gás de xisto, tal com China e Austrália, mal começaram a explorá-las. Quando o fizerem, parte desta nova oferta será usada na geração de eletricidade.

* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.