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Ataque em Orlando potencializa a ameaça

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 15/6/2016 – Ainda não se sabe qual foi o motivo verdadeiro que levou Omar Mateen, um jovem norte-americano de origem afegã, a entrar em uma discoteca do Estado da Flórida, no dia 11 à noite, e assassinar e ferir cerca de cem pessoas, divulgou o jornal The National, dos Emirados Árabes Unidos.

“As primeiras informações diziam que, em um telefonema de emergência após o início do massacre, Mateen se referiu à sua ‘lealdade’ ao Estado Islâmico e mencionou os irmãos da maratona de Boston”, recordou o diário. “Outras notícias faziam referência às declarações de seu pai sobre sua possível homofobia, embora depois tenha dito não acreditar que essa fosse a razão. O que se sabe é que o jovem estava organizado e bem armado, e claramente tentava causar o maior número de vítimas possível”, prosseguiu o jornal.

“Mas a matança reflete um problema muito maior, que os Estados Unidos e muitos outros países já tiveram que enfrentar: a radicalização dos lobos solitários”, destacou o The National. “Após o ataque em San Bernadino, em dezembro, este jornal fez algumas perguntas que se aplicam a esse caso da Flórida: como Mateen se radicalizou? Quanto tempo planejou o ataque? Treinou nos Estados Unidos ou no exterior? O FBI deu a entender que ele estava em seu radar, mas o que sabiam dele e desde quando? É preciso investigar todas essas alternativas”, ressaltou o editorial.

“A autorradicalização supõe um problema incrivelmente difícil de resolver. Desde os ataques de 11 de setembro de 2001, cada episódio terrorista nos Estados Unidos foi cometido por cidadãos norte-americanos ou residentes permanentes, todos lobos solitários, ou que atuavam em pares. Não tinham ligações formais com organizações terroristas como a Al Qaeda e o Estado Islâmico”, recordou o jornal.

“Comumente se radicalizam em plataformas da internet. Isso faz com que seja de extrema importância combater a ideologia e que se disseminem ideias alternativas. A única forma é que os países e as comunidades se mantenham unidos e estreitem os vínculos entre a polícia e os serviços secretos dos países”, afirmou o editorial.

Por sua vez, “o embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yusef al Otaiba, condenou o fato em um comunicado: ‘Condenamos o ódio e o fanatismo por trás dessa violência indescritível. Temos que trabalhar juntos para promover a tolerância e a paz’. E essa é a única forma de impedir futuros ataques”, concluiu o The National. Envolverde/IPS