Um estudo realizado pelo Banco Mundial revelou que 34% do tempo de aula nas escolas do Brasil é usado para realizar tarefas burocráticas, como realizar chamadas, distribuir deveres de casa e recolher atividades. Com isso, o aproveitamento da aula para ensino efetivo não ultrapassa os 66% do tempo disponível.
Segundo o Banco Mundial, os resultados apontam para uma média muito aquém dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que 85% do tempo é usado para o aprendizado.
Uma conta feita pelo Movimento Todos Pela Educação mostrou que, considerando uma hora-aula de 50 minutos (duração corrente de uma aula no Brasil), a média de tempo de aprendizagem no país é de 33 minutos, enquanto nos países da OCDE é de mais de 42 minutos.
A pesquisa, que foi feita em escolas das redes estaduais de Pernambuco e Minas Gerais, e na rede municipal do Rio de Janeiro, também revelou a disparidade entre algumas instituições.
Nas escolas em que as aulas têm os maiores índices de tempo gasto com ensino efetivo, os professores passam 40 minutos e 30 segundos de uma hora aula realizando seu ofício (cerca de 81% do período).
Já nas instituições de ensino com os menores índices de tempo usado para educação concreta, os docentes utilizam apenas 37% do tempo das aulas ensinando, o que corresponde a aproximadamente 18 minutos e 30 segundos. Existindo, inclusive, casos em que o professor fica até mesmo fora da classe durante o tempo de aula.
Como consequência, os alunos que estudam nas escolas com mais tempo de ensino em sala de aula têm o relativo a 88 dias letivos a mais do que os colegas que assistem aulas com menores aproveitamento.
O estudo, que já começou a ser feito também no México, Jamaica, Colômbia, Guatemala e Paraguai, ainda deverá ser estendido para El Salvador, Chile, Peru e Guiana.
Com informações do Todos Pela Educação.
* Publicado originalmente pelo site EcoD.