O sistema de sensoriamento remoto por satélite da NASA e um modelo de simulação do ciclo de carbono foram utilizados para analisar os impactos da seca ocorrida na floresta Amazônica entre julho e setembro de 2010. O fenômeno foi considerado o mais severo já registrado.
O estudo da NASA, intitulado Mudanças no ciclo de carbono dos ecossistemas amazônicos durante a seca de 2010, indicou que a seca na região liberou quantidades de CO2 maiores que o total de emissões anuais da Índia. O número também ultrapassa o desmatamento na região, no mesmo período.
De acordo com a análise, caso haja um aumento na emissão de carbono no local, o ecossistema tropical pode entrar em colapso até o final do século. O maior índice de perda de carbono por ecossistema foi registrado nas áreas de floresta fechada da bacia do rio Amazonas.
O Centro Hadley para Previsão e Pesquisa Climática, por exemplo, estimou que tal cenário levaria a um desaparecimento significante da floresta amazônica até a metade do século, e a um possível colapso do ecossistema até 2100.
Para Dan Nepstad, cientista do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), cerca de 55% da floresta amazônica pode passar por algum processo de degradação nos próximos 20 anos. Este prejuízo emitiria entre 15 e 26 bilhões de toneladas de CO2 para a atmosfera, o que levaria a um ciclo de piora contínua do aquecimento global e do desmatamento na região.
Alguns pesquisadores acreditam que as causas de aumento nas secas severas sejam o desmatamento, a fragmentação florestal e as mudanças climáticas.
Os autores do estudo declararam que algumas das perdas podem ser compensadas pelo aumento do crescimento das plantas com a recuperação das condições naturais. Algumas pesquisas mostraram a volta da situação normal após a seca de 2005, que havia sido a mais severa até então.
* Publicado originalmente no site EcoD.