Baleia jubarte deixa lista de espécies em extinção

Foto: Instituto Baleia Jubarte
Foto: Instituto Baleia Jubarte

 

Aumento da população das baleias é resultado de ações governamentais, aliadas aos esforços da sociedade civil

Na década de 1980, havia apenas 500 unidades vivas da baleia jubarte no Brasil. Atualmente, foram contabilizados 15 mil exemplares, o que fez com que o animal saísse da lista de espécies ameaçadas de extinção, segundo anúncio feito na quinta-feira, 22 de maio, em Brasília, pelo Ministério do Meio Ambiente.

De acordo com a ministra da pasta, Izabella Teixeira, o aumento da população das baleias é resultado de ações governamentais, aliadas aos esforços da sociedade civil.

Segundo dados do ministério, 1.051 espécies de animais brasileiros estão ameaçadas de extinção, entre as 7.647 espécies avaliadas.

Para Teixeira, isso se deve à persistência e a uma visão de longo prazo que contou com medidas como a proibição da captura da espécie. A definição de rotas das embarcações para evitar colisões, a criação do santuário das baleias no Brasil e da Unidade de Conservação de Abrolhos, na Bahia, também foram importantes para preservar a espécie.

Prêmio nacional

A fim de dar sequência a preservação de espécies ameaçadas de extinção, foi anunciada a criação do Prêmio Nacional da Biodiversidade. O objetivo é consagrar entidades nacionais que atuem na conservação da biodiversidade.

O Instituto Baleia Jubarte e a Petrobrás receberam uma menção honrosa por conta dos serviços prestados à proteção da espécie e, segundo a ministra, são consideradas as primeiras entidades a inaugurar a premiação.

Uma força-tarefa entre vários órgãos pretende garantir a preservação de outras espécies da fauna brasileira. Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Polícia Federal atuarão no combate a ilícitos ambientais com a caça de fauna ameaçada. Entre os animais contemplados pela medida, estão o peixe-boi da Amazônia, o boto cor-de-rosa, a arara azul de lear, a onça pintada e o tatu-bola.

Instruções normativas dos ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura estabelecerão regras para a captura de diversos animais. A partir de janeiro de 2015, será iniciada a moratória da pesca e comercialização da piracatinga por cinco anos, com o objetivo de proteger o boto vermelho e os jacarés, usados como isca.

Ainda em guarda

“Ficamos muito contentes com a reclassificação, claro, mas a luta não acabou”, ponderou ao Estadão o biólogo e coordenador ambiental do Instituto Baleia Jubarte, Sergio Cipolotti. “Não podemos baixar a guarda.”

Quanto maior a população de baleias, aponta ele, maior a responsabilidade e o desafio de proteger a espécie, pois também aumentarão os conflitos dela com atividades humanas, como a pesca e a exploração oceânica de petróleo e minérios. “Temos trabalho redobrado pela frente agora”, diz Cipolotti, feliz em encarar o desafio.

* Publicado originalmente no site EcoD.