Crescimento de Longo Prazo da América Latina e Caribe: Made in China?Em um relatório lançado esta semana, o Banco Mundial avalia que o papel desempenhado pela China na América Latina e Caribe (ALC) deve passar por uma adaptação, no sentido de se alcançar um resultado mais duradouro e positivo. No caso do Brasil, por exemplo, o estudo revela que parte da recente expansão da demanda por empregos esteve associada aos de mais baixa qualificação, como os relacionados à produção. Já as atividades que exigem habilidades mais sofisticadas, permaneceram estáveis.
Quadros comparativos sobre os últimos 30 anos, usando dados como a expansão de rodovias e a parcela da população com curso superior, revelam uma posição sempre rebaixada para os países do continente americano. De 1990 até 2009, por exemplo, enquanto nos chamados Tigres Asiáticos, a parcela da população com ensino superior passou de 10% para 20% , na ALC a mudança foi bem menor, passando de 9,5% para pouco mais 14%.
“Existem poucas evidências de que a China possa desempenhar um papel na promoção do crescimento da produtividade para a América Latina e o Caribe”, disse o economista-chefe do Banco Mundial para a região, Augusto de la Torre.
Por outro lado, o relatório reconhece que o recente crescimento dos países da ALC foi muito favorecido pela China. “De fato, em um crescimento sem precedentes, os mercados percebem que o risco de calote da dívida soberana de diversos países na ALC, incluindo Chile, Colômbia e Peru – é menor que o da França”, afirma o relatório.
Mas a principal questão, segundo Torre, é se neste contexto marcado por um “desempenho econômico medíocre nos EUA e Europa, a ALC consegue influenciar suas profundas conexões com a China para transformá-las em uma importante fonte de crescimento a longo prazo.”
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* Publicado originalmente no site ONU Brasil.