O que o seu banco tem a ver com a expulsão de mais de 20 mil pessoas de suas casas e terras, o alagamento de uma área maior que a cidade de Curitiba e a destruição de um rio na Amazônia? Tudo. Ou nada. Depende de você.
Este é o tema da campanha “Belo Monte: com meu dinheiro não!”, que está sendo lançada nesta quarta, 7, pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre e organizações parceiras. A campanha visa incentivar a sociedade brasileira a pressionar bancos públicos e privados a não participarem do financiamento da hidrelétrica de Belo Monte, projetada em um dos trechos de maior biodiversidade no rio Xingu, no Pará.
Principal financiador de Belo Monte, o BNDES pretende compartilhar os contratos de empréstimos com outros bancos, privados e públicos, para minimizar riscos. Como grande parte dos recursos do BNDES advém de fontes como FGTS, FAT e PIS/PASEP, é, em última instância, o dinheiro do trabalhador brasileiro que pagaria a usina, entendem as organizações e especialistas que estudam o caso.
O objetivo da campanha é levar os clientes a cobrar diretamente dos bancos que não se envolvam com Belo Monte, sob risco de perder contas e de prejudicar irreversivelmente a sua imagem. Em um site desenvolvido especificamente para a campanha “Belo Monte: com meu dinheiro não!”, estão disponíveis links que poderão ser facilmente preenchidos e, num clic, enviarão uma mensagem ao Banco do Brasil, Bradesco, Itaú-Unibanco ou Santander, com cópia para o BNDES, exigindo a desistência do financiamento da usina.
A população também será incentivada a protestar via twitter e facebook dos bancos, bem como contatar o SAC das instituições. De acordo com os organizadores, a campanha oferece a centenas de pessoas, que têm perguntado o que fazer, uma forma simples e fácil de ajudar na resistência contra a usina. “Sem dinheiro, Belo Monte não sai”, explica Maira Irigaray, coordenadora da campanha. Segundo ela, o objetivo é levar os bancos, que já foram notificados extrajudicialmente, a se comprometerem publicamente que não financiarão Belo Monte. “Quando isso acontecer, seus nomes serão retirados da página e terão o reconhecimento da campanha”, explica Maira.
Campanha “Belo Monte: com meu dinheiro não!”
* Publicado originalmente no site Eco-Finanças.