Barulho persistente no ambiente de trabalho pode mais que dobrar os riscos de doenças cardíacas nos funcionários. O risco é ainda maior entre os fumantes. Este foi o resultado de uma pesquisa publicada no periódico Occupational and Environmental Medicine.
O estudo foi feito com base em dados de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos entre 1999 e 2004, com mais de seis mil trabalhadores, que envolveu entrevistas em domicílio com detalhes sobre estilo de vida, exames médicos e amostras sanguíneas.
Os participantes foram agrupados entre aqueles que conviviam com barulho constante no ambiente de trabalho, com intensidade que os impedia de falar em tom normal, e aqueles que não tinham este problema.
Trabalhadores que sofriam com problemas de barulho no ambiente de trabalho somaram 21%. A maioria destes era de homens, com idade média de 40 anos, fumantes e acima do peso – fatores de risco para doenças cardíacas. Segundo a pesquisa, em comparação com aqueles que conviviam em um ambiente de trabalho tranquilo, estes apresentavam três a quatro vezes mais probabilidade de ter angina, doença arterial coronariana ou um ataque cardíaco.
Os exames de sangue destes trabalhadores não indicaram níveis altos de colesterol ou proteínas inflamatórias, ambas associadas a doenças cardíacas. Porém, a pressão arterial diastólica, que mede a pressão das paredes da artéria quando o coração relaxa entre os batimentos cardíacos, foi maior do que o normal – uma condição conhecida como hipertensão diastólica isolada, ou IDH, um preditor independente de problemas cardíacos graves.
Para os autores, o barulho constante pode ser um estressor tão forte como uma emoção súbita ou esforço físico. “Este estudo sugere que a exposição excessiva ao barulho no ambiente de trabalho é uma importante questão de saúde ocupacional e merece atenção especial”, concluem.
Com informações do BMJ-British Medical Journal.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.