A mineração desempenhou papel primordial na história britânica. O carvão alimentou as caldeiras de uma revolução industrial, que levou a cem anos de dominação econômica global. O cobre gaulês cobriu os cascos do HMS Victory e de outros barcos de guerra que garantiram a supremacia militar e a influência imperial.

Eventualmente minas enormes, muitas naquele antigo império, suplantaram as minas britânicas. Atualmente quatro quintos do montante de minério britânico por peso é de areia de baixo valor e pedregulhos. Mas os achados logo devem surgir em grandes quantidades novamente.

A Wolf Minerals, uma empresa australiana, se inscreveu na AIM em 30 de novembro com a intenção de levantar dinheiro para financiar uma mina de tungstênio em Devon. Humphrey Hale, o chefe da Wolf, disse que o quarto maior depósito mundial do mineral, um ingrediente vital para endurecer o aço, se encontra a cerca de oito milhas a nordeste de Plymouth. Suprimentos do tungstênio devoniano podem começar a circular em 2013 e um dia podem relativizar o papel da China na produção global.

Wolf não é o único novato no subsolo. A Anglesey Mining está estudando os prospectos de obtenção de cobre, zinco e chumbo da montanha Parys, no País de Gales – que no início do século 18 era o local da maior mina de cobre do mundo. Após queimar algumas largadas a South Crofty, uma mineradora de estanho de Cornwall , deve finalmente começar a produção em 2014. Enquanto isso a Sirius Minerals está explorando potássio, um mineral usado em fertilizantes, em Yorkshire. A única mina de ouro em operação no país, na Irlanda do Norte, deve ser agregada em breve a uma outra, na Escócia.

Mas os investidores devem fazer uma pausa antes que uma corrida para pegar os minerais britânicos comece de verdade. As minas modestas do país deverão competir com um grande número de valas nas grandes economias de escala. E a mineração é um negócio cíclico. Se os preços das commodities começarem a cair, as organizações menores serão, sem dúvidas, as mais vulneráveis.

* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.