Campanhas de saúde e publicidade reforçam estigma da obesidade

A obesidade é considerada uma questão de saúde pública que afeta homens e mulheres em todo o mundo. Além de doenças relacionadas com o ganho excessivo de peso, como diabetes e problemas cardiovasculares, pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, realizaram um estudo no qual mostram que indivíduos acima do peso sofrem também com o sofrimento causado pelo estigma da obesidade. E mesmo o apoio de familiares não os faz se sentirem menos vulneráveis.

De acordo com a antropóloga Alexandra Brewis, autora do estudo, o estigma é reforçado por campanhas institucionais e até mesmo propagandas veiculadas na mídia. “Essas campanhas mostram as pessoas acima do peso como alguém que falhou. As mensagens morais relacionadas a um indivíduo obeso incluem preguiça e falta de autocontrole. É algo tão indesejável e até mesmo repulsivo que uma pesquisa mostrou que as pessoas preferem morrer mais cedo ou serem cegas a serem obesas”, diz.

Para o estudo, Alexandra e sua equipe entrevistaram 112 mulheres com idades entre 18 e 45 anos e 823 pessoas, entre familiares e amigos. O foco foi entender como e por que este estigma se apresenta na convivência diária e como se achar “gorda” é supervalorizado ou atenuado.

Os resultados mostraram que a opinião de pessoas mais próximas aflige mais as mulheres. No entanto, pedir à família e aos amigos que fossem menos críticos não melhorou o sofrimento que elas sentiam com relação ao seu peso. “A pergunta que fica é: se não é a opinião de amigos e familiares que nos faz sentir tão mal por estarmos acima do peso, então o que é? O que parece mais provável é que a mídia e as mensagens culturais são tão poderosas que até mesmo o apoio daqueles que nos são mais próximos e queridos nos fornece apenas uma proteção limitada contra este sofrimento”, conclui a autora.

Com informações da Arizona State University.

* Publicado origianlmente no site O que eu tenho.