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Causa palestina está viva, mas doente

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 5/10/2015 – Um jornal dos Emirados Árabes Unidos expressou preocupação pela paralisação das conversações palestino-israelenses, após o anúncio do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, de que seu país já não se sentiria obrigado pelos Acordos de Oslo.

Foi uma forma de sacudir a comunidade internacional para que tomasse consciência das atrocidades cometidas por Israel, que sabotou em reiteradas oportunidades e de forma descarada todos os esforços para concretizar a solução de dois Estados em paz, e segue, como se nada houvesse, com sua contínua agressão contra os territórios palestinos e sua população.

O anúncio destaca a urgência de frear Israel antes que seja muito tarde. Vale lembrar que uma pesquisa feita há pouco mostra que a maioria da população palestina é a favor de uma terceira Intifada, diante da falta de avanços nas conversações de paz e da interminável repressão das forças de ocupação.

O mundo deve tomar nota da negativa de Israel em se comprometer com os acordos assinados. Uma e outra vez envergonhou a comunidade internacional ao se negar a cessar as atividades nos assentamentos. Além disso, Israel se negou a libertar o quarto grupo de presos palestinos, apesar de seu compromisso a esse respeito.

De que servem os acordos se a única intenção de Israel é violá-los constantemente? É necessário um forte impulso ao processo de paz e, nesse sentido, a decisão do Quarteto para o Oriente Médio de consultar Egito, Jordânia, Arábia Saudita e o secretário-geral da Liga Árabe é uma medida bem-vinda.

O Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU) expressaram sua preocupação pelos contínuos atos de violência contra os palestinos, a permanente atividade nos assentamentos e o grande número de demolições de estruturas palestinas, considerando que tais medidas colocam em risco a viabilidade da solução de dois Estados.

A Palestina, que tem o status de Estado observador na ONU, merece o total reconhecimento, bem como se incorporar como membro pleno. Até então, pediu Abbas, a ONU deve dar proteção internacional ao povo palestino, de acordo com o direito humanitário internacional. Envolverde/IPS