Engajar a comunidade em causas ambientais não é tarefa fácil. A coordenadora de projetos da BirdLife/SAVE Brasil, Tatiana Pongiluppi​,​ encontrou uma forma prática de envolver os amantes das aves na proteção dos ambientes naturais. ​Ela está à frente do projeto Cidadão Cientista, no qual observadores de aves são agentes da conservação auxiliando a contagem de espécies e indivíduos visualizados. “Dessa forma conseguimos monitorar com frequência as aves que ocorrem nas regiões escolhidas nesse projeto piloto”, explica a pesquisadora. Com mais de 30 mil observadores de aves no Brasil, essa prática tem crescido no país. A estimativa da SAVE Brasil é chegar a um milhão de praticantes no país​. “Sensibilizar aqueles que já têm uma ligação com a natureza e transformá-los em disseminadores da mensagem de conservação é fundamental para atingir um maior número de pessoas gerando sensação de pertencimento e mostrando como todos podem fazer a diferença”, ressalta Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição que apoia o projeto. Segundo Tatiana, a importância de acompanhar a presença das aves nas áreas naturais é porque elas são consideradas excelentes indicadores de qualidade ambiental, o que significa dizer que, dependendo das espécies encontradas,​ conseguimos entender se a região está equilibrada  ou se necessita de ações de manejo. Atualmente​, esse monitoramento participativo está presente em quatro estados: São Paulo – Parque Estadual da Cantareira; Paraná – Reserva Natural Salto Morato; Rio de Janeiro – Parque Nacional da Tijuca e Jardim Botânico; e Bahia – Parque Nacional de Boa Nova e Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova. Desde o início da iniciativa, em 2013, mais de 120 observadores de aves já participaram dos monitoramentos do projeto e contribuíram para o banco de dados que conta hoje com 396 espécies registradas, sendo que dessas, 34 estão ameaçadas de extinção. (#Envolverde)