Cidades europeias estão planejando se adaptar às mudanças climáticas conforme os riscos se tornem mais severos, segundo relatório da organização de medição de emissões Carbon Disclosure Project (CDP) e da empresa de consultoria Accenture divulgado na quinta-feira, 28 de junho.
O documento pesquisou 22 cidades europeias, incluindo Amsterdã, Berlim, Istambul, Londres, Manchester, Moscou, Paris e Roma, sobre as suas emissões de gases e estratégias de mudanças climáticas. As metrópoles têm que planejar cada vez mais defesas contra enchentes, modos de lidar com a água em épocas de seca, garantir que novos edifícios forneçam resfriamento natural aos ocupantes e adaptar prédios e infraestruturas antigos para serem mais eficientes em energia.
A pesquisa descobriu que 17 das 22 cidades europeias estudadas (77%) completaram ou quase completaram as avaliações de risco para entender como as mudanças climáticas vão afetá-las. Dezoito dos 22 municípios disseram que enfrentam “riscos significativos”, e 54% deles enxergam esses riscos como “severos” ou “muito severos”.
Devido a esses riscos, as cidades estão buscando cada vez mais desenvolver planos adaptativos. Catorze cidades europeias (64%) já têm um plano de adaptação em vigor, enquanto outras duas estão desenvolvendo projetos.
“As cidades europeias estão demonstrando liderança e a melhor prática na gestão das mudanças climáticas em nível local”, destacou à Reuters o chefe do programa de cidades do CDP, Conor Riffle. “O relatório mostra que outras cidades podem se beneficiar implementando estratégias similares, como a medição anual e relato de emissões de gases do efeito estufa”, completou.
Emissões de gases do efeito estufa
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases que provocam o efeito estufa, responsável pelo aquecimento do planeta, atingiram o recorde de alta em 2011, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE) e conforme o EcoD já havia informado em maio de 2012.
“As cidades europeias estão demonstrando liderança e a melhor prática na gestão das mudanças climáticas em nível local” – Conor Riffle.
Oitenta e seis por cento das cidades europeias analisadas estabeleceram uma meta de redução das emissões, em comparação a uma média global de 70% das cidades, afirmou o CDP.
Baseado nos últimos números fornecidos por quatro cidades ao CDP, as emissões de Londres caíram 3,6%, para 43,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2010 com relação a 2008, e as de Copenhague caíram 5,2%, para cerca de 2,5 milhões de toneladas em 2010 com relação a 2009.
As emissões de Berlim subiram 4,1%, para mais de 20,7 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono em 2008 com relação a 2007, e as de Roterdã cresceram 6% em 2010, para 29,6 milhões de toneladas com relação a 2009.
“O crescimento populacional, a atividade econômica, os padrões meteorológicos e outros fatores que estão fora do controle direto do governo da cidade podem dificultar, se não tornar impossível, mostrar reduções estáveis nas emissões”, ressalta o relatório.
* Publicado originalmente no site EcoD.