Um relatório sobre o status de proteção da biodiversidade no mundo mostra que ainda é necessário um grande esforço dos países para reduzir as pressões sobre os sistemas naturais e prevenir o declínio contínuo da vida selvagem. O relatório foi divulgado na segunda-feira (6/10), na abertura da reunião da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em Pyeongchang, Coreia do Sul.
O relatório, a quarta edição do Panorama Global da Biodiversidade (Global Biodiversity Outlook), mostra que alguns ganhos têm sido alcançados no sentido de cumprir as metas globais para a proteção da biodiversidade. No entanto, na maioria dos casos o progresso não é suficiente, a menos que medidas urgentes sejam tomadas.
Esse também é o caso do Brasil. “Retomar o ritmo de criação de áreas protegidas, frear o desmatamento e ratificar o Protocolo de Nagoya são algumas das ações urgentes e essenciais para garantir que o Brasil cumpra as metas acordadas no âmbito da CBD até 2020” afirma Maria Cecília Wey de Brito, Secretária-Geral do WWF-Brasil.
Em 2010, os países que integram a Convenção sobre Diversidade Biológica adotaram um plano estratégico composto pelas Metas de Aichi, um conjunto de 20 metas que visam reduzir a perda de espécies e de habitat até 2020.
De acordo com o Panorama Global da Biodiversidade, ações importantes ainda necessárias, como por exemplo, a integração do valor do capital natural nas contas e políticas nacionais, a reforma dos incentivos econômicos e a adoção de regras mais firmes para o combate a destruição dos ambientes naturais.
Na semana passada, o Relatório Planeta Vivo do WWF indicou que populações de animais silvestres caíram, em média, 52 por cento desde 1970. De acordo com o relatório do WWF, espécies de água doce sofreram as maiores perdas, assim como todas aquelas provenientes de regiões tropicais, com a América Latina comportando a queda mais dramática.
De acordo com o relatório do WWF, as ameaças mais sérias à biodiversidade vêm da combinação dos efeitos da perda e degradação dos habitats. A caça e pesca predatória e as mudanças climáticas também são ameaças significativas.
“O Relatório Planeta Vivo e o Panorama Global de Biodiversidade destacam as mudanças dramáticas que temos visto na saúde dos ecossistemas, tanto em terra como na água. É fundamental que esse senso de urgência guie as decisões dos países durante os próximos dias na Coreia do Sul e a posterior implantação dos acordos no âmbito nacional, integrando as metas de biodiversidade aos esforços dos países para lidar com a erradicação da pobreza, segurança alimentar, hídrica e energética”, disse Maria Cecilia.
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.