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Compreendendo os problemas da Síria

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 19/10/2015 – Teerã parece desejosa de usar seu poder convencional e os Guardiões da Revolução Islâmica para semear mais problemas no Oriente Médio, acusa um editorial do jornal The Khaleej Times, dos Emirados Árabes Unidos. A presença de tropas iranianas e do grupo libanês Hezbolá na Síria não era nenhum segredo, mas a notícia de que são enviados mais efetivos para uma grande ofensiva significa que esta guerra se converte, cada vez mais, e de forma cada vez mais aberta, em uma luta sectária.

“Expulsar o Estado Islâmico não é um objetivo do Irã nem do grupo armado libanês, mas manter o presidente Bashar al Assad no poder a qualquer custo, contra qualquer inimigo que se interponha”, acrescenta o editorial. Parece que o atribulado presidente sírio viverá para lutar um dia mais com o apoio aéreo da Rússia e de seus velhos aliados regionais fazendo seu trabalho.

O Irã sempre apoiou o Hezbolá e a Síria, com fundos para financiar o terrorismo na região. O grupo armado libanês, que considera Israel seu inimigo tradicional, se espalhou por todo o mundo, inclusive com influência na América Latina. “Em público diz que deseja ter vínculos com seus vizinhos do Golfo, mas faz exatamente o contrário, e os acontecimentos no Iêmen são um exemplo disso”, aponta o jornal.

O Irã recuperará US$ 100 bilhões de renda com petróleo, congelados pelas sanções, isto é, o regime terá dinheiro suficiente para alimentar a revolução no mundo. “O regime iraniano está ocupado com seus desenhos hegemônicos na região, em lugar de se concentrar em ordenar sua casa e impulsionar o crescimento. Para compreender os problemas da Síria é importante seguir o dinheiro até o Irã’, diz o editorial.

O Irã está armado, é perigoso e cheio de dinheiro para terceirizar guerras. Uma região dividida pode servir ao seu estilo. Também ajuda o fato de uma superpotência ser reticente em enfrentá-lo após o acordo nuclear. Com a outra potência renascente ao seu lado, a Síria está diante de um abismo sectário. “Lancem a culpa ao dinheiro do Irã’, conclui o jornal.