No artigo recente intitulado A justiça do carbono: como alavancar benefícios do Redd+ par os pobres, produzido em parceria com o advogado Christoph Schwarte, Mohammed defende que os direitos do carbono levem em consideração os direitos civis, sociais, econômicos e culturais das populações que dependem da floresta para sua sobrevivência, em vez de tomarem como base a titulação definitiva da terra, como vem sendo estudado.
“Temos a obrigação moral de assegurar que os pobres se beneficiem ou, ao menos, não sejam negativamente afetados. O esquema também precisa manter legitimidade internacional (investidores) e local (comunidades). Se a intervenção (Redd) é percebida como ilegítima, ela pode ser facilmente boicotada pelos investidores e as comunidades locais, o que teria como consequência uma vida curta para o mecanismo”, afirmou o pesquisador.
Na próxima sexta-feira (29), um grupo de trabalho vai apresentar à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, um artigo que resume os primeiros passos para a concepção de uma política nacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd).
A elaboração e possível adoção do mecanismo foi um dos principais temas discutidos nas duas últimas Conferências das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COPs 15 e 16), e a tendência é a de que o destaque ao assunto ganhe corpo durante a COP-17, que será realizada no final deste ano em Durban, na África do Sul.
* Publicado originalmente no site EcoD.