CoP18: onde precisamos chegar
Estamos no meio de uma janela de oportunidade, aberta em Durban, na CoP17 em 2011, para construir um novo patamar de negociações. Para tanto, é fundamental manter a confiança das partes e o espírito de diálogo – algo impossível de se alcançar sem que promessas do passado sejam equacionadas.
Estamos no meio de uma janela de oportunidade, aberta em Durban, na CoP17 em 2011, para construir um novo patamar de negociações. Para tanto, é fundamental manter a confiança das partes e o espírito de diálogo – algo impossível de se alcançar sem que promessas do passado sejam equacionadas. Por isso, a CoP18 tem uma importante lição de casa: encerrar os atuais capítulos, sabendo que eles não terminam a história, mas sim iniciam uma nova etapa nesta novela também conhecida como Negociações Climáticas.
Isso significa que até o dia 7 de dezembro, os países que participam da Convenção Quadro da ONU para Mudanças Climáticas precisam:
* Ratificar um segundo período de comprometimento com o Protocolo de Quioto, sem incorporar créditos de carbono excedentes da primeira fase para assegurar que toda redução nesta nova fase é real, e com metas mais ambiciosas.
* Obter compromissos compatíveis de redução nas emissões por parte dos países desenvolvidos que não participam do Protocolo, notadamente os Estados Unidos, que nunca participaram desse sistema e que, em 2009, apresentaram metas pífias, comparadas com as que foram prometidas pelos demais países.
Ampliar o número de países em desenvolvimento que apresentaram metas voluntárias de redução nas emissões, especialmente o Catar, país anfitrião da CoP e que pode ser um exemplo para as nações árabes, produtoras de petróleo.
* Concordar que o pico das emissões somadas de todos os países, ou seja, seu ponto mais alto, deve ocorrer até 2015, o que implica em metas de redução muito mais ambiciosas, especialmente para países industrializados para o curto prazo. Aliás, ao contrário do calendário que está em negociação, não podemos esperar até 2015 por um novo acordo com novas metas: o curto prazo é fundamental para tentarmos manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo dos 2 graus centígrados! Quanto mais demorarmos, maiores as chances de não conseguirmos – e igualmente maiores serão as perdas e danos sociais, ambientais e econômicos.
* Criar um fundo de curto prazo para esse período crítico de trabalho, entre 2013 e 2015, que permita aos países em desenvolvimento implantar ações de adaptação e mitigação que contribuam tanto para a redução das emissões como para o aumento de sua resiliência às mudanças climáticas que já estão acontecendo.
* Avançar no desenvolvimento de fontes inovadoras de financiamento público para mitigação das emissões e apoio às ações de adaptação às mudanças do clima e concordar com processos e critérios que assegurem a adequação dos compromissos financeiros.
* Operacionalizar o Fundo Verde do Clima, o Standing Committee, o registro de Ações Nacionais Adequadas de Mitigação (NAMAs), o Comitê de Adaptação, o Comitê Executivo de Tecnologia e o Centro e Rede de Tecnologia Climática, incluindo a capitalização do Fundo Verde e dos mecanismos de tecnologia.
Ufa! Tem muito trabalho reservado para a última semana da CoP18!
* Publicado originalmente no site Vitae Civilis.





