COP20: REDD e REDD+ na perspectiva dos povos indígenas

De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), REDD é a sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal.

Atualizado em 03/12/2014 às 11:12, por Ana Maria.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), REDD é a sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. Segundo o conceito adotado pela Convenção de Clima da ONU, se refere a um mecanismo que permite a remuneração daqueles que mantém suas florestas em pé, sem desmatar, e com isso, evitam as emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e degradação florestal. Desde que surgiu a sigla REDD, na COP13, experiências (projetos, programas e fundos) de REDD e atividades de preparação vêm sendo desenvolvidas. Porém, é necessário diferenciá-las da política de REDD ainda em construção no âmbito da ONU. Posteriormente a criação deste conceito, a Convenção incluiu na sua definição também atividades de conservação, manejo sustentável das florestas e aumento de seus estoques em países em desenvolvimento. Estes componentes deram origem ao REDD+ (ou REDD plus).

Nessa terça-feira (2) no side event intitulado “Progresso e apoio às tribos indígenas na Amazonia: REDD+ em 5.194,500 hectares”, o representante do Acordo de Administração da Reserva Comunal Amarakaeri (ECA- RCA), Fermin Chimatani, e Klaus Quicque, da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (FENAMAD) apresentaram os progressos, estratégias e construção dos apoios de REDD + Amazônia Indígena (RIA) e dos seus projetos pilotos, que têm assegurado territorialmente a preservação e o cuidado das florestas em cinco países.

Os projetos visam conservar os territórios indígenas de maneira integral para garantir a seguridade das florestas e de seus territórios, para possibilitar a manutenção e o respeito à cultura e à vida plena dos povos indígenas. O projeto é implementado em 5.194, 500 hectares como uma prática sustentável com implementação de pesquisas. Já têm sido executados avanços com parcerias no meio acadêmico, como por exemplo, a medição da biomassa para calcular a quantidade de carbono que existe nessa região.  Para os povos indígenas, a preservação da floresta há muitos significados.   “Temos uma relação de identidade com o território ancestral e as florestas. É uma relação muito forte e de respeito aos nossos recursos naturais e às diversidades biológicas”, diz Fermin Chimatani.

O REDD+ pretende reduzir as emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas, aumentando as reservas de carbono gerindo sustentavelmente as florestas. Mas temos que ficar de olho, para que tanto REDD quanto REDD+ venham assegurar as matas nativas e também que os povos indígenas mantenham-se no seu espaço que, historicamente, foi adquirido por direito.

Reynaldo de Azevedo é repórter da Agência Jovem de Notícias, projeto encabeçado pela ONG Viração Educomunicação. Todo o conteúdo produzido pela agência durante a COP20 será publicado pela Envolverde neste espaço. Acompanhe!


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