Toxina presente em organismos geneticamente modificados é uma ameaça à saúde humana, conforme pesquisa.
O castelo de cartas da indústria da biotecnologia parece estar se desintegrando. Um novo estudo feito pela Universidade de Sherbrooke, no Canadá, recentemente detectou, pela primeira vez, a toxina Bt, um componente de alguns cultivos geneticamente modificados (GM), em amostras de sangue humano. A ser publicado no periódico de peer-reviewed (NT: revisão aos pares, revisão paritária ou arbitragem) Reproductive Toxicology (Toxicologia Reprodutiva), o novo estudo desmascara a falsa noção de que este componente, a toxina Bt, é metabolizado pelo sistema digestivo e, em vez disso, mostra que esta toxina persiste indefinidamente na corrente sanguínea.
Há muito tempo os porta-vozes das indústrias alegam que a toxina Bt, originária de uma bactéria de solo, conhecida como Bacillus thuringiensis, é inofensiva aos seres humanos. Esta toxina, um agrotóxico que se torna sistêmico, é integrada a determinadas culturas geneticamente modificadas, para repelir pragas. O milho Bt, por exemplo, foi realmente concebido para que a planta produzisse a toxina diretamente dentro dos núcleos de todos os tecidos para ser posteriormente consumida por ambos, os animais e os seres humanos (www.naturalnews.com/026426_GMO_food_GMOs.html).
Em estudo recente, os pesquisadores Aziz Aris e Samuel Leblanc avaliaram 30 mulheres grávidas e 39 outras não grávidas que compareceram ao Centre Hospitalier Universitaire de Sherbrooke (Chus) em Quebec, Canadá, para uma esterilização tubária. Na tomada de amostras de sangue, os pesquisadores detectaram a toxina Bt Cry1Ab em chocantes 93% das mães e 80% das amostras de sangue fetal. Das mulheres não grávidas, 69% foram detectadas positivamente para a toxina presente no sangue.
Todas as mulheres envolvidas no estudo consumiam dieta típica do Canadá que, como nos Estados Unidos, está repleta de produtos geneticamente modificados e, consequentemente, de toxinas. Produtos originários de soja, milho, canola e batata, por exemplo, estão presentes em muitos dos alimentos consumidos tanto nos Estados Unidos como no Canadá, o que explica ser a toxina Bt altamente prevalente em amostras de sangue das mulheres.
E o fato de a toxina Bt ter sido detectada até mesmo em bebês ainda não nascidos mostra que esta substância química é facilmente transmitida de mãe para filho, e que persiste por muito mais tempo do que a indústria de biotecnologia informa. Claramente, a toxina é prejudicial tanto às pragas como aos seres humanos. Estudos anteriores já mostraram que tanto esta toxina como outros agrotóxicos acabam por contaminar e persistir no ambiente, tornando-os um importante problema de saúde pública.
Veja aqui a pesquisa da Universidade de Sherbrooke, Canadá.
* Com informações do India Today.
** Publicado originalmente no site Ecoagência.