Análise do Imazon do desmatamento na Amazônia nos últimos oito meses mostra que os estados onde a destruição da floresta mais avançou no começo deste ano foram Rondônia, Acre e Mato Grosso. É possível ver as impressões digitais dos culpados por esse desmatamento em cada um deles. O desmatamento caiu no Pará. Dá para saber porque.
Em Rondônia, as hidrelétricas do rio Madeira são o principal fator de desmatamento. No Acre, a ação do Ministério Público contra 14 frigoríficos, ajuda a explicar: pecuária ilegal, que desmata e usa trabalho escravo. Em Mato Grosso, análise de campo relatada pelo ICV indicou que a expectativa de anistia criada pela possibilidade de mudança no Código Florestal acelerou o desmatamento.
Também dá para dizer o que ajuda na redução do desmatamento: o compromisso sustentado de ser sustentável e que começa no âmbito de cada município. O corte caiu muito no Pará, contribuindo para a estabilidade do índice, que cresceu muito em outros estados. Lá, prefeituras, empresas, ONGs e governo estadual estão empenhados em aplicar a regra do desmatamento zero. Políticas públicas adequadas, empresários esclarecidos, boas soluções técnicas, no caso oferecidas por ONGs qualificadas, tornam possível sair da via do desmatamento, para a do desenvolvimento sustentável. Vários municípios já aderiram ao programa de municípios verdes no Pará. alguns deles estavam na lista dos que mais desmatavam e sofriam sanções por isso. A lista foi criada ainda na gestão de Marina Silva no ministério do Meio Ambiente.
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** Publicado originalmente no site Ecopolítica.