Dieta rica em gordura prejudica área do cérebro que controla o peso corporal

Manter uma dieta rica em gordura pode causar danos em neurônios e células nervosas de uma área específica do cérebro responsável por controlar o peso corporal. Este é o resultado de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

“A possibilidade de prejuízo cerebral pode ser uma explicação da dificuldade que indivíduos obesos têm de perder peso”, diz o autor do estudo, Joshua Thaler.

Para chegar aos resultados, Joshua e sua equipe estudaram o efeito de uma dieta de curto e de longo prazos rica em gordura sobre o cérebro de grupos de modelos animais. Os ratos foram separados em grupos de seis a dez. Alguns mantiveram a dieta por um dia e outros durante oito meses. Outros, o grupo controle, foram alimentados com a ração padrão. Todos realizaram exames de imagem (ressonância magnética) e outros exames de acompanhamento para detalhar o desempenho dos roedores.

Os principais resultados mostraram que em três dias, os ratos da dieta rica em gordura consumiram quase o dobro da quantidade usual de calorias diárias. Além de ganharem peso, o cérebro deles apresentou uma inflamação no hipotálamo – parte do cérebro responsável por controlar o peso corporal. Ao mesmo tempo, os pesquisadores perceberam a formação de um grupo de células de suporte chamadas gliose. “Elas são o equivalente no cérebro à cicatrização de feridas e geralmente aparecem em condições de lesão neuronal, como a esclerose múltipla e acidente vascular cerebral”, explica Thaler. “Esta deve ser uma resposta à inflamação”.

Também foi constatada uma perda de neurônios ao final das oito semanas naqueles que seguiram a dieta rica em gordura. O grupo controle não apresentou nenhuma destas alterações.

De acordo com o autor, ainda não é possível afirmar se a lesão é permanente, mas ele acredita que influencie no ganho de peso. Para Thaler, a descoberta pode colaborar para o desenvolvimento de medicações que impeçam o dano cerebral no controle de peso corporal. “Isto pode ser eficiente no combate à epidemia de obesidade”, conclui.

Com informações da AAAS.

* Publicado origianlmente no site O que eu tenho.