Dilma à procura de uma rota de soluções em benefício da grande maioria da população

A indicação de Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação foi uma decisão acertada da presidenta Dilma, no sentido de reorganizar o seu governo para o segundo mandato que ainda não emplacou.

Atualizado em 08/04/2015 às 10:04, por Ana Maria.

A indicação de Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação foi uma decisão acertada da presidenta Dilma, no sentido de reorganizar o seu governo para o segundo mandato que ainda não emplacou.

Escolher um acadêmico, filósofo e grande defensor da democracia para um posto fundamental para qualquer nação bem sucedida, pode sinalizar que outras mudanças necessárias virão ou deveriam ocorrer, como uma demonstração de que esse segundo mandato priorizará a competência técnica e não apenas os interesses partidários e de falsos “aliados”, que pouco se preocupam com a construção de caminhos sólidos para resolver os problemas que afligem a todos nós.

Se na canção, “As águas de março estão fechando o verão”, esse primeiro trimestre do governo teve trovoadas, manifestações das mais diferentes cores, pressão para que a mandatária legalmente eleita seja retirada do barco, críticas de todos os lados e insatisfações generalizadas.

A saída de Cid Gomes dizendo algumas verdades ao presidente da Câmara Eduardo Cunha talvez tenha motivado a presidenta, para honrar o slogan “Pátria Educadora”, escolher o filósofo da USP. Se isso tem algum sentido, quais outros fatos precisarão ocorrer para que a Dilma mude a direção e o critério de escolha dos seus próximos auxiliares diretos?

Não tenho bola de cristal, nem sei o que se passa pela cabeça da presidente. Também desconheço quem são os seus inspiradores ou conselheiros. Nesse momento em que as críticas estão generalizadas, a responsabilidade de qualquer estadista legitimamente eleita é governar para a sociedade brasileira inteira, incluindo os quase 50% que escolheram o outro candidato, sem deixar de atender quem a escolheu, mais a parcela que preferiu se ausentar do pleito ou cancelar o voto.

O momento exige serenidade, humildade, e disposição para ouvir e interpretar corretamente as manifestações vindas das mais diferentes esferas da população e, ao mesmo tempo, demonstrar firmeza para fazer as opções certas, as quais, quando articuladas, decididas e comunicadas de maneira correta, com transparência e em prol do bem comum, poderão colocar no médio e longo prazo o Brasil numa rota de soluções em benefício da grande maioria da população. É difícil? Sim. Mas foi para isso que a elegemos. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)

* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas. 


    Leia também: