Dinheiro de imigrantes pode ser mais bem empregado
Apesar das dificuldades da economia mundial, as remessas de dinheiro de estrangeiros continuam a crescer.
Apesar das dificuldades da economia mundial, as remessas de dinheiro de estrangeiros continuam a crescer.
Ao todo, 250 milhões de trabalhadores imigrantes enviarão US$ 500 bilhões para casa neste ano – uma alta em relação aos US$ 410 bilhões enviados globalmente em 2012, de acordo com um novo relatório do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD, na sigla em inglês), uma agência da ONU.
Mais da metade desse montante tem a Ásia como destino, mas muito disso é gasto em taxas de transferência caras e não é empregado para usos produtivos que possam vir a reduzir a pobreza. Mudar essa situação foi o principal tópico do Fórum Global de Remessas Financeiras realizado na semana passada em Bangcoc, uma conferência centrada na Ásia organizada pela IFAD e pelo Banco Mundial. Os participantes concordaram que trazer uma fatia maior das remessas para o sistema financeiro formal poderia ter mais efeitos sobre o desenvolvimento econômico que a combinação de investimento estrangeiro direto e ajuda humanitária. A questão, muito mais difícil, é como fazer isso acontecer.
Os imigrantes tendem a ser bons riscos de crédito, mas a maioria não consegue ter acesso a serviços financeiros convencionais. Os bancos os evitam pois não ficam à vontade com os riscos de transferir dinheiro, temendo tornarem-se cúmplices de lavagem de dinheiro e terrorismo financeiro. Os imigrantes então têm que recorrer a caros serviços de transferência de dinheiro. Na África as taxas podem atingir 20% do valor enviado.
No entanto as coisas estão melhorando, ao menos em relação às taxas de transferência. Elas têm caído desde 2009, quando os países do G8 prometeram reduzi-las em cinco pontos percentuais em cinco anos. Isso liberou mais de US$ 30 bilhões nos bolsos dos imigrantes, acredita Massimo Cirasino, especialista em sistemas de pagamento do Banco Mundial.
* Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá.
** Publicado originalmente na revista The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.




