Trapaceiros se aproveitam da pressão para garantir um diploma na China.
Quase sete milhões de estudantes estão se formando em universidades chinesas neste semestre e há bastante pressão para que os diplomas recém-emitidos sejam transformados em empregos bem remunerados. A competição está aumentando devido à facilidade com que qualquer um na China pode comprar um certificado de graduação falso.
Em 3 de julho, um ex-funcionário do Ministério da Educação foi julgado em Pequim pela acusação de aplicar golpes em estudantes que pretendiam estudar nos Estados Unidos. O homem, além de três outros, são acusados de se passarem por agentes de uma faculdade norte-americana inexistente chamada “Nation College”.
Os trapaceiros do ensino superior chinês, além de extorquir aspirantes a estudantes, também oferecem seus serviços a executivos que querem turbinar o seu currículo. Em 9 de abril, nove pessoas foram julgadas na capital, acusadas de vender diplomas falsos de faculdades norte-americanas inexistentes. Eles cobravam cerca de US$ 30 mil por documento, que era adquirido sobretudo por executivos corporativos. Os homens de negócios pagavam, frequentavam algumas aulas e recebiam os diplomas, sem a necessidade de fazer provas. Para aqueles que não podem bancar um curso em uma universidade estrangeira falsa, mais de cem universidades chineses falsas vendem diplomas. Muitas delas têm sites e usam nomes similares àqueles de faculdades reais.
Xiong Bingqi da (legítima) Universidade Jiatong de Xangai, afirma que o problema é a falta de regulação governamental. Contudo, sistemas antifraude estão gradualmente sendo introduzidos para impedir que aqueles com certificados de cursos duvidosos consigam ser contratados para empregos públicos. Ademais, um número cada vez maior de empresas chinesas checa a autenticidade dos diplomas.
* Publicado originalmente no jornal The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.