Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard sugere que a sonolência diurna altera nossa capacidade de resistir a alimentos calóricos. De acordo com os autores, o sono diminui a atividade de uma região do cérebro, o córtex pré-frontal, que desempenha um papel importante no processo de inibir impulsos e, por isso, nestas condições, estamos mais suscetíveis a consumir guloseimas se as virmos.
O psicólogo William Killgore, autor do estudo, explica que o cérebro de pessoas saudáveis apresenta algumas reações no córtex pré-frontal quando elas visualizam alimentos calóricos, no sentido de controlar a vontade que temos de consumi-los. Estudos anteriores já mostraram que dormir pouco está associado à redução da atividade metabólica, nesta mesma área do cérebro, responsável pelo planejamento de ações e movimento.
“A rotina em nossa sociedade é muito restritiva com relação ao sono, o que pode ter implicações epidemiológicas em relação ao atual crescimento da obesidade, principalmente nos países ocidentais”, diz.
Para o estudo foram selecionadas 12 pessoas, entre homens e mulheres, de 19 a 45 anos de idade. Os participantes foram submetidos a ressonância magnética funcional (RMf) enquanto viam imagens de alimentos calóricos, de baixas calorias e imagens controle de plantas e pedras, por exemplo. A sonolência diurna foi medida de acordo com a Escala de Sonolência de Epworth, que avalia a probabilidade de uma pessoa cochilar ou adormecer durante determinadas situações, como sentada, lendo ou assistindo TV.
Os resultados mostraram que, entre aqueles identificados com sonolência diurna, houve uma queda na ativação do córtex pré-frontal sempre que estas pessoas visualizavam os alimentos calóricos. Em comparação, os homens tiveram resultados piores do que as mulheres.
Para Killgore, os resultados são significativos, uma vez que o rápido crescimento da obesidade faz com que seja importante compreender a relação entre o sono e fatores relacionados às respostas do cérebro em relação à comida e ao comportamento alimentar.
Com informações da American Academy of Sleep Medicin.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.