E-books turbinados começam a ocupar espaço no mercado
Inspiradas pelo sucesso dos tablets, editoras lançam versões multimídia de seus clássicos. É por trás da tela dura de e-books multimídia que cada vez mais os nossos livros serão encontrados em breve. Inspirados pelo sucesso comercial de tablets móveis, os editores estão agora experimentando o meio em voga.
Inspiradas pelo sucesso dos tablets, editoras lançam versões multimídia de seus clássicos.
É por trás da tela dura de e-books multimídia que cada vez mais os nossos livros serão encontrados em breve. Inspirados pelo sucesso comercial de tablets móveis, os editores estão agora experimentando o meio em voga. As vendas de tablets amigáveis a multimeios, smartphones e e-readers devem crescer até 1,1 bilhão até 2015 nos Estados Unidos. Hoje eles representam 450 milhões. Os puristas do impresso não precisam correr em pânico para as suas prateleiras cheias. A melhora dos multimeios vai afetar apenas uma pequena parcela de novos títulos.
Os livros infantis foram os primeiros a receber esse tratamento cheio de recursos e adereços, mas a ficção adulta já provou ser de difícil vendagem. Poucos leitores têm se disposto a pagar mais pelos extras que acompanham as obras. Enquanto e-books comuns continuam a se manter graças às vendas dos impressos, uma experiência britânica, chamada Enhanced Editions (Edições Melhoradas), que consiste em adicionar vídeos dos autores e outros materiais aos romances que mais vendem, foi abandonada sem muito estardalhaço no ano passado. Ainda assim, para certos tipos de livros, como biografias, livros de culinária, clássicos literários e novas formas de ficação interativa, essas melhoras podem adicionar novas camadas, ricas e surpreendentes.
A biografia de Malcom X, que será lançada pela Penguin em breve, por exemplo, traz filmagens de arquivo raras e um mapa interativo do Harlem. Clássicos atemporais também provaram ser bons candidatos a um pouco de brilho extra. Quebrando a linha fracassada de aplicativos turbinados que não conseguiram render lucros, uma edição multimídia de The Waste Land, de T.S. Elliot rapidamente conseguiu cobrir seus custos para a editora Faber & Faber.
Os selos ligados a esses híbridos revelam a tensão nos seus corações. Eles não são exatamente livros, mas experiências narrativas “ampliadas”, “enriquecidas”, e até “interativas”. Especialmente com a literatura, muitos leitores se mantêm intrepidamente céticos a respeito das intromissões narrativas que quebram a criação. Com conhecimento deste equilíbrio delicado, os editores estão, contudo, ansiosos por testar as possibilidades criativas e comerciais de tais melhoras.
* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.




