Dados preliminares do Censo Escolar 2011 apontaram que as salas de aulas estão mais vazias. Divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a apuração realizada entre 2009 e 2011 apontou que o número de alunos oriundos de colégios integrantes do sistema de educação pública caiu de 43 milhões para 41 milhões de estudantes matriculados nos ensinos fundamental e médio.
Os fatores responsáveis podem ser a menor taxa de natalidade e o índice de reprovação reduzido, que beira os 11%. Entre 1960 e 2010, a quantidade de filhos por família passou de 6,3 para 1,8.
O fato de jovens cursarem séries inadequadas também pode estar ligado ao abandono escolar. Em entrevista à Agência Brasil, o doutor em Educação Luiz Carlos Faria da Silva, afirma que a situação se repete com cerca de 80% dos alunos entre 15 e 17 anos, que ficam retidos no ensino fundamental. “Eles estão, em sua maioria, na 6ª e 7ª séries. Essa situação não estimula o aluno a continuar os estudos”, explica.
Outro ponto que merece atenção é o despreparo para enfrentar o ensino médio. De acordo com Luiz Carlos Faria da Silva, doutor em Educação, é preciso investir na educação de base para evitar que os jovens avancem nas séries sem o aprendizado adequado e sem a capacidade cognitiva para compreender o que está sendo passado em sala de aula.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abandono nesta fase atinge a proporção de um em cada dez jovens, colocando o Brasíl como líder uma categoria pouco desejada, seguido da Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Ensino médio não é obrigatório e afasta adolescentes
O fato de muitos jovens já estarem no mercado de trabalho, aliado à não obrigatoriedade da conclusão do ensino médio (EM) no Brasil, apesar da Emenda Constitucional n.º 59/2009, que determina que a Educação gratuita e obrigatória para crianças e jovens de 04 aos 17 anos, afasta os mais velhos da última etapa da educação básica. Desde 2008, o índice de estudantes do EM saiu da casa dos 7,2 milhões para 7,1 milhões, sendo três mil só no Paraná.
* Publicado originalmente no site EcoD.