Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 14/10/2015 – No contexto dos questionamentos sobre o que fazem os países do Golfo a respeito da crise síria, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) anunciou que os Emirados Árabes Unidos são o segundo maior fornecedor de assistência a refugiados que residem em áreas urbanas e rurais da Jordânia.
Segundo o Acnur, 27% das contribuições para a Campanha Chamado Salva-Vidas, lançada em março deste ano na Jordânia, procederam de residentes dos Emirados. A principal contribuição procede da Arábia Saudita, com 36%, enquanto os Estados Unidos ficam em terceiro lugar, com 4% do total de fundos arrecadados, informou Dalia El Fiki, assistente de informação pública do Acnur, ao jornal emiratense The Khaleej Times.
A campanha foi lançada exclusivamente para os refugiados sírios na Jordânia, para os quais moradia, alimentos e saúde são um luxo. “Nosso principal objetivo é entregar dinheiro de forma urgente a 12 mil famílias, atualmente em lista de espera, até o final deste ano”, disse El Fiki. Até agora a agência ajudou 26 mil famílias, que não estão em acampamentos.
Enquanto a crise síria avança em seu quinto ano, o número de refugiados aumenta. O informe Vivendo nas Sombras, para o qual foram feitas 41.976 entrevistas, 84% dos refugiados sírios na Jordânia vivem fora dos acampamentos. Atualmente, há 618 mil refugiados sírios registrados no Acnur Jordânia, cerca de uma em cada dez pessoas neste país de 6,5 milhões de habitantes. Muitos acabam recorrendo a estratégias perigosas para ganhar a vida, como trabalho ilegal, exploração infantil e até mendigar.
Além disso, 99% dos refugiados não têm autorização de trabalho e vivem em condições de pobreza. Os refugiados podem ter acesso aos fundos mediante caixas automáticos, que utilizam a tecnologia de escanear a íris sem necessidade de cartão bancário ou do código PIN. O sistema tem poucos gastos gerais, por isso, de cada dólar doado ao programa, 97 centavos vão para as mãos de refugiados. Envolverde/IPS