Arquivo

EMIRADOS: A decisão dos EUA sobre Jerusalém coloca a ONU à prova 

ABU DHABI, 18 de dezembro(WAM) – A ira internacional pela decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer o território ocupado de Jerusalém como capital de Israel não vai parar até Washington tomar medidas, corrigir e reverter a posição deplorável, observou um jornal dos Emirados Árabes Unidos.

“É bom que o Conselho de Segurança da ONU (Nações Unidas) considere um projeto de resolução declarando que qualquer alteração no status do território ocupado de Jerusalém não tem efeitos legais e deve ser revertida”, disse na segunda-feira 18 o editorial do The Gulf Today.

“O projeto enfatiza, com razão, que Jerusalém é uma questão a ser resolvida através de negociações e qualquer decisão ou ação que procure alterar o caráter, estatus ou composição demográfica do território ocupado não tem efeito legal, é nula e vazia e deve ser rescindida”, diz ele.

“A realidade é que a natureza unilateral da decisão dos Estados Unidos no território ocupado de Jerusalém choca com a legitimidade e as convenções internacionais e contradiz a vontade do resto da comunidade internacional”, acrescentou.

Isto foi destacado na reunião do Conselho de Segurança realizada no dia 8 deste mês, bem como na posição dos ministros da União Europeia em seu encontro de 11 de dezembro em Bruxelas.

“O implacável assassinato de um ativista palestino sem armas pelas forças israelenses ao protestar contra a decisão dos EUA traumatizou o mundo. Ibraheem Abu Thuraya, de 29 anos, em uma cadeira de rodas, é um dos oito palestinos mortos desde que Trump tomou essa decisão polêmica”, lembrou o jornal.

“A expansão dos assentamentos já torna a solução de dois estados cada vez mais inatingível e mina a crença dos palestinos em esforços de paz”, acrescenta.

“As colônias reduzem e fragmentam o território, e os palestinos têm direito a um estado viável”, observa o editorial.

“De acordo com as últimas estatísticas da ONU, os assentamentos israelenses na Cisjordânia continuam crescendo a uma taxa de 5,5%; Há mais de 80% de todos os colonos. Espera-se que o crescimento atual tenha aumentado seu número para quase 900 mil em apenas 12 anos”, explicou The Gulf Today.

“Washington deve abandonar seu ego, ouvir a posição coletiva do resto do mundo e corrigir seu erro histórico”, concluiu o jornal. (Envolverde)