A Agência Internacional de Energia (IEA) anunciou neste final de semana que em 2010 aumentaram em 5,5% as emissões de gases estufa originárias do setor de energia.
Faith Birol, economista-chefe da IEA, disse que esse aumento, em um ano ainda de crise econômica, preocupa muito. Ressalta o risco de que o mundo ultrapasse o limite de acumulação de gases estufa na atmosfera que tornaria impossível cumprir a meta de tentar manter o aquecimento gobal na vizinhança de 2 graus Celsius ao longo deste século. Acima desse patamar de aquecimento médio a mudança climática tenderia a atingir extremos muito perigosos.
Semana que vem, em Bonn, os negociadores se reúnem para a última etapa preparatória da COP17. A perspectiva é muito negativa. Pelo que aconteceu nas reuniões anteriores e pelas declarações de negociadores de países-chave, não deve haver avanço em Durban, na África do Sul. Pode é haver retrocesso. Em Copenhague, como contei em meu livro, Copenhague Antes e Depois, houve alguns avanços importantes que ficaram pouco visíveis sob o véu de decepção com a frustração das expectativas para a COP15. Em Cancún, o Acordo de Copenhague foi oficializado no que ele tinha de mais importante e houve alguns avanços adicionais, registrados nos Acordos de Cancún. Esperava-se mais avanço em Durban, ainda que não houvesse a expectativa de aprovação de um acordo global vinculante sobre mudança climática. Mas está ficando cada vez mais difícil haver qualquer avanço.
É importante haver progresso nessas negociações, porque está ficando claro que o Protocolo de Quioto não terá um segundo período de compromissos. O primeiro período se esgota em 2012 e o novo teria que ser aprovado este ano em Durban. Mas, na reunião do G8, semana passada, Japão, Canadá e Rússia informaram que não assinarão um segundo período de compromissos para o Protocolo de Quioto. Essa decisão liquida a eficácia do Protocolo que, no seu primeiro período, teve desempenho mais que medíocre.
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** Publicado originalmente no site Ecopolítica.