Algumas das maiores empresas do mundo investiram, juntas, R$ 3,7 bilhões em iniciativas de redução de emissões de gases-estufa em 2014. Essas companhias relataram uma economia de R$ 118,7 milhões decorrente de tais ações, conforme mostram os dados do estudo Conexão entre mudanças climáticas e modelos de negócios: uma agenda em evolução, lançado na semana anterior pelo CDP – organização internacional que atua junto a investidores e empresas de todo o mundo no combate aos impactos das mudanças climáticas.
O objetivo do levantamento é subsidiar a tomada de decisão de investidores, empresas e formuladores de políticas para que os negócios adaptem seus modelos de negócios e processos produtivos para uma economia sustentável.
Baseado nas respostas extraídas do questionário respondido por 521 empresas (contra 51 em 2013) e de entrevistas com gestores de companhias com bom desempenho em anos anteriores, o estudo realizado em parceria com a consultoria Catavento e o Instituto Coppead-UFRJ busca estabelecer um vínculo de ações corporativas frente às mudanças climáticas e o desempenho financeiro das empresas.
De acordo com o documento, algumas empresas conseguem capturar oportunidades por meio de suas iniciativas para redução de emissões, além de reduzir sua exposição aos riscos correlatos. O estudo mostra ainda que as companhias brasileiras evoluíram na conexão dessas iniciativas com benefícios corporativos e ambientais.
Os principais resultados apontados pelo estudo foram:
· Juntas, as empresas investiram R$ 3,7 bilhões e iniciativas de redução de emissões em 2014. Embora o valor seja 38% menor do que no ano passado, as emissões nessas companhias foi 103% menor neste ano do que em 2013.
· 83% das companhias reportaram riscos e oportunidades provenientes das mudanças climáticas, sendo a maior parte das oportunidades relacionada à regulamentação futura.
· 76% das empresas afirmam integrar as mudanças climáticas às suas estratégias.
· A maioria das empresas espera que as oportunidades relacionadas às mudanças climáticas sejam capturadas a partir do terceiro ano, mas reconhecem que é preciso agir de imediato.
· Ainda, as empresas relataram uma economia monetária de R$ 118,7 milhões decorrente de ações de mitigação de emissões.
· Para as empresas respondentes, os itens eficiência energética e geração de energia de baixo carbono estão no centro das iniciativas de redução de emissões.
· Os setores que possuem mais atividades ligadas ao engajamento com formuladores de políticas públicas são o de materiais básicos, concessionárias e o financeiro.
· 58% das companhias que reportaram ao CDP atestam engajar-se com outros elementos da cadeia de valor em ações relativas às mudanças climáticas.
“Os negócios já estão operando em circunstâncias de risco e incerteza diante do agravamento das mudanças climáticas. Nesse contexto, se destacarão as empresas que tiveram a capacidade de se reinventar, adaptando seus processos produtivos e modelos de negócios. O CDP proporciona essa exercício, pois a partir do reporte a empresa identifica os riscos aos quais está exposta e traça estratégias para agir diante deles”, ressalta a organização.
– Conheça o estudo na íntegra (em PDF) –
* Publicado originalmente no site EcoD.