Engajando a cadeia de valor

  Indicadores Ethos ampliam seu alcance e tornam-se instrumentos para que empresas acompanhem seus avanços sustentáveis. A mobilização da cadeia de valor em torno da agenda sustentável tornou-se tema central da Conferência Ethos 360° na manhã da quarta-feira (24). Literalmente.

Atualizado em 24/09/2014 às 17:09, por Ana Maria.

Tarcila Ursini: “É preciso mobilização para um trabalho efetivo”

 

Indicadores Ethos ampliam seu alcance e tornam-se instrumentos para que empresas acompanhem seus avanços sustentáveis.

A mobilização da cadeia de valor em torno da agenda sustentável tornou-se tema central da Conferência Ethos 360° na manhã da quarta-feira (24). Literalmente. Realizada exatamente no “centro” dos debates simultâneos, no ambiente batizado como “Marco Zero”, a apresentação reuniu a professora e especialista da Rede Uniethos e sócia da Angatu Consultoria, Tarsila Ursini, e a gerente do escritório brasileiro da Fundação Solidariedad, Fatima Cardoso, com moderação da coordenadora de gestão sustentável do Instituto Ethos, Ana Lucia Custodio.

“O Ethos há muito tempo vem trabalhando pela indução do comportamento responsável das empresas. Agora mobilizaremos a cadeia de valor. Para isso, estes indicadores de segunda geração querem mais do que incentivar a ação: ser sim um fórum onde as organizações tenham espaço para se engajar, tornarem-se parte de uma rede de boas práticas e serem reconhecidas por isso”, explicou a moderadora.

Para atingir este resultado, o trabalho é realizado sob um pilar que se sustenta em um ciclo anual de quatro etapas: planejamento, sensibilização e aplicação, diagnóstico e premiação. Mas por quê engajar a cadeia de valor?

Para Tarsila, há tendências da sustentabilidade corporativa que se destacam para responder a esta questão, como o expressivo movimento do mercado de capitais em torno das análises socioambientais, a ampliação da esfera de influência das empresas, a diminuição dos recursos naturais e consequente aumento na valoração destes recursos, além da corresponsabilidade pela cadeia de negócios.

Ainda que as mudanças sejam urgentes, sobretudo em consideração aos aspectos das limitações ambientais que interferem diretamente no fornecimento de recursos, para ela a velocidade com que estão acontecendo é menor do que a desejada.

União – Outro ponto criticado pela especialista foi a falta da abordagem integrada. “Para haver um trabalho efetivo é preciso que seja feito com mobilização, ou seja, que haja de fato o diálogo com os fornecedores. Além disso, os processos internos de gestão e o relacionamento interno com os funcionários, incluindo a capacitação deles, devem refletir os valores sustentáveis. Não há como ter atuação sustentável que inclua a cadeia de valor sem que a área de compras tenham os mesmos critérios da área de sustentabilidade da empresa, por exemplo”.

Fatima Cardoso fez coro ao desafio exposto, em termos de integrar as ações: “Temos uma população crescente e uma limitação de recursos também. Não podemos criar indicadores que não dialoguem com os produtores que precisarão atendê-los, porque lá no campo a produção é feita sem sustentabilidade alguma, é passada de geração em geração. Eles precisam de capacitação para atender as demandas”.

Neste contexto, a aplicação destes novos indicadores assume um papel estratégico de multiplicação. Eles podem ser aplicados pelos associados do Instituto e também por não associados a partir da assinatura de um termo de adesão.

* Ludmila do Prado é repórter da Envolverde, especial para Instituto Ethos.

** Publicado originalmente no site Conferência Ethos 360°.


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