Escola de Cidadania quer empoderar comunidade

Lançada no último sábado, 15, na zona oeste de São Paulo, a Escola de Cidadania do Butantã pretende aproximar pessoas comuns do mundo da política e fazê-las crer que mudanças em suas comunidades são possíveis – desde que haja mobilização dos moradores.

“Nossa proposta é levar o cidadão a se envolver de fato com a política da cidade, a entender o que acontece no bairro dele e na região onde mora”, afirma a educadora social Maria Angélica Oliveira, uma das organizadoras da Escola de Cidadania, que terá aulas a cada duas semanas – sempre aos sábados de manhã – e reunirá pessoas ligadas à educação, aos movimentos sociais e comunitários, como professores, lideranças e donas de casa, por exemplo. “Todos em prol de um projeto comum para a crescente melhoria social da região”, observa Angélica.

Segundo ela, a ideia da escola surgiu da percepção de que havia muitas pessoas dispostas a participar da transformação da região, mas não sabiam como começar. O Educandário Dom Duarte, localizado no Jardim Jaqueline (Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia, 5985), foi escolhido para sediar a escola por ser um polo acolhedor para a comunidade local.

Aula inaugural da Escola da Cidadania do Butantã. Foto: Divulgação
Aula inaugural da Escola da Cidadania do Butantã. Foto: Divulgação

 

O lançamento teve a participação de 50 pessoas, sendo que 25 delas já se inscreveram para as aulas que, neste primeiro semestre, acontecerão até julho. Os cursos serão semestrais e haverá distribuição de certificados para aqueles que comparecem a mais de 75% das aulas – a participação é livre e nada impede que as aulas sejam assistidas por quem não está inscrito.

Quinzenalmente, um tema será escolhido para debate entre os alunos. A próxima aula ocorrerá no dia 29/3, das 9h às 12h, onde será discutida a possibilidade de cidadãos intervirem nas decisões acerca do orçamento do Estado e da Prefeitura. Para tanto, contará com a presença de Eduardo Marques, que participa da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Queremos mostrar que é possível um cidadão comum minimamente habilitado intervir na proposta orçamentária da cidade, apontando a demanda de sua comunidade”, relata a educadora social.

Panorama

A Escola de Cidadania não pretende ficar restrita à sala de aula. “Em determinados momentos vamos para as comunidades. Alunos do Jardim Jaqueline, por exemplo, poderão nos mostrar a sua realidade local e, juntos, pensaremos em intervenções para o espaço”, afirma Angélica.

O objetivo final é fazer um panorama geral da região do Butantã. “Vamos mostrar o que as pessoas daqui querem e pensam. A Escola pretende devolver para a comunidade um resultado concreto”, finaliza.

* Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.