“Por mais que a escola tenda a homogeneizar a sala de aula, é tarefa do professor enfrentar esse movimento, incorporando as diferenças.” Este é, segundo a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Teresa Cristina Rego, um dos maiores desafios da educação contemporânea. Ao lado dos professores Julio Groppa Aquino, Marta Kohl e José Geraldo Vinci, a docente lançou no dia 27 de setembro, em São Paulo, o livro “Educar para diversidade: desafios e perspectivas”, publicado pela editora Moderna, em parceria com a Mattel.
Segundo Teresa, a sociedade brasileira vivencia uma “ditadura dos padrões” e a escola deveria ser o lugar onde esses temas são problematizados. “Muitas vezes ela apenas reproduz o repertório propagado pela indústria cultural. A escola precisa criar ruídos, problematizar o que chega como veredicto cultural. E isso só pode ser feito se ela historicizar essas questões”, completa o psicólogo Julio Groppa Aquino.
Para que isso ocorra, a temática da diversidade deve permear os currículos e o trabalho do educador em sala de aula. “Ela deve estar em pauta na formação dos professores. Teoricamente, os cursos de pedagogia estão preparados para isso, mas na prática não, já que vemos que na ponta não há educadores dando conta deste tema”, apontou a especialista em desenvolvimento e professora da Faculdade de Educação da USP, Marta Kohl.
Dividido em quatro capítulos, o livro elaborado pelos educadores fornece, ao final de cada unidade, sugestões de como abordar questões ligadas à diversidade em sala de aula. “O texto nos permite falar com os formadores de crianças e jovens, ajudando a prepará-los e sugerindo práticas ligadas ao respeito, à tolerância e ao direito à diferença”, explicou Teresa, responsável pela organização da obra.
A ideia, entretanto, não é criar um “receituário” da educação para a diversidade. “A educação em valores, na imensa maioria das vezes, não precisa ser citada, ela se dá nas entrelinhas”, finalizou Aquino.
* Publicado originalmente no Portal Aprendiz.