Estudo traz esperança de que corais poderiam se adaptar ao aquecimento das águas

Peixes e corais

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Monterey Bay do estado da Califórnia, da Universidade da Colúmbia Britânica e da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) oferece evidências de que os recifes de coral podem conseguir se adaptar a níveis moderados de aquecimento global.

Os resultados indicam que os corais já se adaptaram à parte do aquecimento que tem sido registrado, porém que cortes significativos nas emissões são necessários para que algumas espécies sobrevivam até o final do século.

O aumento da temperatura da água pode desencadear um processo conhecido como “branqueamento”, no qual os corais expulsam as algas que vivem em seus tecidos, que fornecem grande parte dos nutrientes para a sua sobrevivência e contribuem para o notório colorido dos recifes.

Apenas 1°C ou 2°C acima das temperaturas normais de verão podem ser suficientes para causar o branqueamento que, quando prolongado, pode matar os corais.

“Apesar de modelagens anteriores indicarem que os recifes de coral sumiriam até meados do século, nosso estudo mostra que se eles conseguiram se adaptar ao aquecimento nos últimos 40 a 60 anos, alguns podem persistir até o final do século”, comentou Cheryl Logan, um dos autores.

Publicado no periódico Global Change Biology, o estudo explora uma série de respostas adaptativas possíveis.

“Nem todas as espécies conseguirão se adaptar rapidamente o suficiente ou do mesmo jeito, então as comunidades de coral terão uma aparência e funcionarão diferentemente do que hoje”, completou Logan.

Entretanto, os resultados, relativamente positivos, apenas serão alcançados se houver uma redução marcada nas emissões de gases do efeito estufa.

“A adaptação não fornece nenhuma redução significativa na perda dos recifes de coral no nível atual de emissão de dióxido de carbono”, enfatizou Mark Eakin, diretor do programa de monitoramento chamado Observatório dos Recifes de Coral, da NOAA.

O estudo estima que, através de adaptações genéticas, os recifes podem ter taxas de branqueamento entre 20% e 80% menores do que os níveis atualmente projetados até 2100, se houver grandes cortes nas emissões.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.