Estatísticas são particularmente desoladoras para os jovens americanos. Foto: Reprodução

Os EUA se saem mal em uma comparação de mensurações de saúde em países ricos.

Não é nenhuma novidade que os EUA gastam mais com saúde que qualquer outro país. Assim como também não é novidade que esse dinheiro fracassa em tornar os EUA um país saudável. Mas um novo relatório do Instituto de Medicina e do Conselho de Pesquisa Nacional americanos esclarecem as várias maneiras que o sistema de saúde dos EUA fica para trás em relação a outros países e tenta explicar as razões para essa situação. Os gastos com saúde atingiram US$ 2,7 trilhões e, em 2011, igual a 17,9% do PIB americano (e mais do que todo o PIB da Grã-Bretanha). Ainda assim, os EUA se saem mal em quase todas as mensurações. A expectativa de vida aumentou, mas não tão rápido quanto em outros países desenvolvidos. Em um ranking de 17 países, a taxa de mortalidade devido a doenças não contagiosas dos EUA é maior do que qualquer outro país, com exceção da Dinamarca.

As estatísticas são particularmente desoladoras para os jovens. Os EUA têm a taxa de mortalidade infantil mais alta dentre os 17 países ricos analisados. Suas adolescentes têm mais chances de engravidarem ou morrerem devido à violência ou a um acidente de carro. Espantosamente, as mortes entre pessoas com menos de 50 anos são responsáveis por aproximadamente dois terços da diferença de expectativa de vida entre os homens americanos e aqueles de países comparáveis. Os mais velhos se saem melhor. Se um americano for sortudo o bastante para chegar aos 75, ele terá uma expectativa de vida maior que seus pares de outros países.

Os EUA obviamente estão fazendo algo errado. Mas o que, exatamente? Está é a pergunta de US$ 2,7 trilhão de dólares. O relatório oferece algumas respostas preliminares. Parte da culpa cabe à estrutura do sistema de saúde americano. Diferentes tipos de assistência médica são isolados, o que é ineficiente. Médicos são pagos para fornecer muitos serviços, em vez de receberem para manter os pacientes bem. Há menos clínicos gerais. Mais cidadãos não contam com planos de saúde e cada vez mais não conseguem arcar com os custos de assistência médica. A diferença também pode ser explicada por meio do comportamento. Os americanos podem fumar e beber menos que pessoas em outros países, mas tendem a comer mais, usar mais drogas, possuir mais armas e se envolver com mais frequências em acidentes de carro causados pelo consumo de álcool. Eles fazem sexo mais cedo, com mais parceiros, e usam proteção com menos frequência. Mas as circunstâncias e o comportamento não podem explicar tudo. Interessantemente, até mesmo americanos ricos, com plano de saúde, não fumantes e de peso normal são menos saudáveis que adultos com características similares em países similares.

É difícil distinguir como todos esses fatores se relacionam. Esse novo relatório é um lembrete de quanto há a fazer.

* Com informações da The Economist.

* Publicado originalmente no site Opinião e Notícia.