Estudo revela que alterações do clima são a segunda questão de maior preocupação dos cidadãos do bloco, ficando à frente da situação econômica, do terrorismo, do aumento da população no planeta e de conflitos armados.
Apesar de todos os conflitos modernos que o ser humano vivencia atualmente, uma simples questão da natureza como o clima ainda causa grande aflição no homem. É o que indica uma nova pesquisa da Europa, que sugere que as mudanças climáticas são o segundo maior problema para os europeus.
De acordo com o estudo, conduzido pelo centro de pesquisas TNS Opinion & Social a pedido da Direção-Geral de Ação Climática da Comissão Europeia, as mudanças climáticas são uma questão importante para o público europeu, e ganharam relevância em relação à última consulta, feita em 2009.
Dos entrevistados, 20% afirmaram acreditar que as mudanças climáticas são o maior problema que o mundo enfrenta, e 51% creem que a questão está entre os maiores problemas globais. No total, 89% das pessoas afirmaram que consideram as alterações no clima muito sérias, contra os 64% de dois anos antes.
Em uma escala de um (menor problema) a dez (maior), as mudanças climáticas ganharam uma nota de 7,4, contra 7,1 dois anos atrás. Em comparação com outras questões globais, o fenômeno ficou em segundo lugar como maior problema do mundo, atrás apenas da pobreza, fome e falta de água potável, que recebeu 28% dos votos.
As alterações do clima ganharam mais votos do que a situação econômica (16%), o terrorismo (11%), a disponibilidade de energia (7%), o aumento da população mundial (5%), a propagação de doenças infecciosas (4%), os conflitos armados (4%) e a proliferação de armas nucleares (3%).
“Isto é uma noticia encorajadora. A pesquisa mostra que os cidadãos da Europa conseguem ver que os desafios econômicos não são os únicos que enfrentamos. A grande maioria dos europeus espera que seus políticos e líderes empresariais lidem com as mudanças climáticas agora”, comemorou Connie Hedegaard, comissária climática da Europa.
O estudo mostra que as pessoas veem um lado positivo no combate às mudanças climáticas. Cerca de 78% dos pesquisados creem que ações neste sentido podem trazer benefícios econômicos e criar empregos, um grande aumento em relação a 2009, quando 63% dos entrevistados acreditavam nisso.
Em relação às “taxas” de carbono, 68% das pessoas apoiam essa medida. Além disso, cerca de 88% dos entrevistados acham que a Europa usará mais energia renovável até 2050, 87% que haverá mais eficiência energética, e 73% que os carros serão abastecidos de forma mais eficiente.
“O fato de que mais de três em quatro europeus vê o aperfeiçoamento da eficiência energética como uma forma de criar empregos é um sinal forte para os que tomam decisões na Europa. Vejo essa pesquisa muito como um encorajamento para que nós da Comissão continuemos a lutar por ações ambiciosas e concretas na Europa”, refletiu Hedegaard.
Mas quando se trata dos responsáveis pelo fenômeno, a maioria dos europeus crê que isso deve ficar a cargo dos governos e das empresas. Apenas 21% pensam que compete à população agir a respeito, e 23% creem que a responsabilidade é tanto dos governos e empresas quanto dos cidadãos.
Apesar disso, 53% responderam que tomaram algum tipo de medida para combater as mudanças climáticas nos últimos seis meses. No entanto, a maioria (66%) declarou que tal ação era fazer a separação de lixo reciclável e lixo orgânico, ação que está pouco ligada diretamente à mitigação das mudanças climáticas.
A pesquisa foi realizada com 27 mil pessoas, nos 27 países membros da União Europeia.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.