“É possível ser lucrativo e se desenvolver sem abrir mão da sustentabilidade”. Estas foram as palavras do presidente da Sabb (Sistema de Alimentos e Bebidas do Brasil) Coca-Cola, o executivo Axel de Meeûs, durante o anúncio oficial da certificação da primeira fábrica verde do grupo. A planta, localizada em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, recebeu o selo Leed (Liderança em Energia e Design Ambiental, na sigla em inglês). O empreendimento abriga a fábrica da Matte Leão e é o primeiro do grupo Coca-Cola na América Latina a ser arquitetado nos padrões sustentáveis de construção.
Segundo o executivo, depois de receber o primeiro certificado Leed, o grupo Coca-Cola quer ampliar o conceito de imóvel sustentável para todas as novas fábricas que serão construídas no Brasil. “Precisamos pensar no legado que deixaremos para as futuras gerações. A Sabb Coca-Cola dá um importante passo, que será exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação ambiental”, concluiu Meeûs.
Inaugurada em 2009, a fábrica que produz toda a linha de chás secos da Leão, foi erguida num terreno de 110 mil metros quadrados com 20 mil metros quadrados de área construída. Conforme requisito do Leed, 41% da área do terreno foi destinada a espaços abertos.
Quem chega às instalações da fábrica logo encontra no estacionamento vagas exclusivas para os funcionários que oferecem carona a colegas. Há também na Matte Leão sistemas de coleta de águas pluviais e de armazenamento e coleta de materiais destinados à reciclagem.
O gerente de sustentabilidade da Sabb, Fabiano Rangel, explicou que pelo menos 10% do orçamento de materiais da obra foi aplicado em produtos com conteúdo reciclado e de rápida renovação. “Para uma construção nos padrões Leed, a empresa investe de 2% a 7% a mais na obra, no entanto, se levarmos em conta que o funcionário vai trabalhar em um local mais confortável, é possível que o rendimento deste funcionário também seja maior”, explicou.
Até agora, de acordo com Fabiano, a Fábrica Matte Leão já teve uma economia significativa em seus custos de operação. “Já observamos uma redução de 36% nos gastos com consumo de água e de 23% com energia”.
O gerente de relações governamentais da Green Building Council (GBC) Brasil, entidade responsável por fomentar a indústria de construções sustentáveis no país e pela certificação Leed, Felipe Faria, destacou algumas vantagens que a certificação traz para os empreendimentos, como redução dos custos operacionais em toda a vida útil (água e energia), melhora da qualidade interna (com o aumento da luminosidade, diminuição do uso do ar-condicionado), valorização do imóvel, além do reconhecimento público conferido à organização na aplicação dos conceitos relacionados à sustentabilidade.
Segundo a GBC, hoje o Brasil é o quarto país do mundo em número de prédios certificados, atrás de Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos. Dados de junho deste ano registram 61 projetos certificados com o selo Leed no Brasil e outros 556 em certificação.
Felipe Faria revelou ainda que quase todos os estádios-sedes da Copa do Mundo de 2014 estão buscando a certificação Leed. “Hoje os novos prédios que serão construídos já buscam o selo desde a planta. Estamos em busca do desenvolvimento do consumo consciente”, finalizou. (Envolverde)
